O Ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, realizou hoje (6 maio 2014) uma visita de trabalho a Santiago do Chile, para uma reunião com o Chanceler Heraldo Muñoz.
A convite da Presidenta Michelle Bachelet, participou, também, do debate "O Diálogo Atlântico-Pacífico e Oportunidades de Comércio e Investimento na América Latina", realizado no contexto do II Conselho Consultivo Empresarial da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico ("Asia-Pacific Economic Cooperation" - APEC).
Boas perspectivas bilaterais
Este é um excelente momento para as relações Brasil-Chile.
O Governo da Presidenta Michelle Bachelet trouxe amplas perspectivas de cooperação bilateral, regional e multilateral, reforçadas pelo objetivo compartilhado de compromisso com a integração sul-americana.
Com a assunção de Bachelet, em março deste ano, a América do Sul passou a contar com três mulheres entre doze mandatários, um marco histórico para o continente.
Durante a visita do Chanceler Munõz a Brasília, em 3 de abril de 2014 (sua primeira viagem ao exterior como Ministro do Governo Bachelet), os dois Ministros discutiram novas iniciativas bilaterais, nas áreas de integração física, energia, ciência e tecnologia e direitos humanos, que virão somar-se a uma sólida cooperação nas mais diversas áreas de atuação e a um dos mais dinâmicos intercâmbios comerciais e econômicos do continente.
Recentemente, uma missão da Comissão Nacional da Verdade visitou o Chile (23 e 24 de abril), inaugurando uma importante iniciativa no campo dos direitos humanos.
Interesses em comum
Os dois países têm amplos interesses comuns no campo da cooperação energética.
Há também um enorme potencial de cooperação em ciência e tecnologia, em particular nos domínios da engenharia aeronáutica, da mineração, da biotecnologia e da astronomia.
Estão instalados em território chileno alguns dos mais modernos telescópios do mundo, com potencial de utilização nas pesquisas astrofísicas brasileiras. Há uma intensa cooperação em operações na Antártida, que se manifestou no apoio mútuo para o resgate dos pesquisadores brasileiros da base Comandante Ferraz, durante incêndio em 2012.
Além de ambos os países contribuírem com efetivos para a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH), compartilhando sua dedicação aos esforços de estabilização do Haiti, Brasil e Chile estão desenvolvendo uma importante parceria no âmbito da ONU: o Chanceler Muñoz convidou o Brasil a designar um diplomata para integrar a equipe chilena durante o mandato de dois anos do país no Conselho de Segurança da ONU.
Em contrapartida, o Brasil apoiará a atuação do Chile no Conselho com informações colhidas pelas Embaixadas brasileiras em países onde não há representação chilena.
Comércio bilateral
A essas iniciativas se somam relações econômicas extremamente dinâmicas. O comércio Brasil-Chile beneficia-se de tarifas zero aplicadas a 98% do comércio bilateral. O Chile é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil na América Latina.
Entre 2009 e 2013, o comércio aumentou 65,3%, chegando a US$ 8,8 bilhões no ano passado. O Chile é um importante parceiro comercial não só do Brasil, mas também do MERCOSUL.
A corrente de comércio do Chile com o MERCOSUL em 2013 foi de US$ 16,6 bilhões. Para efeitos de comparação, no mesmo ano, a corrente de comércio do Chile com a Aliança do Pacífico foi de US$ 10,1 bilhões.
Muito se fala da consolidação da presença das empresas brasileiras nos países da América do Sul – cerca de 70 empresas brasileiras atuam no Chile em setores como energia, serviços financeiros, alimentos, mineração e siderurgia, construção civil e fármacos. Mas uma faceta da integração regional é que ela beneficia as economias e as sociedades de todos os países.
Exemplo disso é que o Brasil é, hoje, o principal destino de investimentos chilenos no mundo, que já alcançaram a marca de US$ 24,6 bilhões, o que representou a criação de cerca de 100 mil empregos no Brasil.
Integração Regional
O convite para o evento empresarial da APEC permitiu discutir novas perspectivas para a integração econômica na América do Sul e para a exportação de produtos brasileiros à bacia do Pacífico, a partir da ampliação da infraestrutura chilena e sul-americana.
Ao lado do Chanceler Figueiredo, participa do evento o Chanceler da Argentina, demonstrando a disposição do Governo Bachelet para ampliar a aproximação do Chile com o MERCOSUL e com a América do Sul.
Essa disposição também se manifesta na atuação do Chile como importante aliado no processo de consolidação da UNASUL (União das Nações Sul-Americanas).
Durante o primeiro mandato da Presidenta Michelle Bachelet (março de 2006 a março de 2010), o Chile ocupou a primeira Presidência Pro-Tempore da UNASUL.
fonte: Diplomacia Pública
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