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sábado, 25 de junho de 2016

Brexit: A tragic split






















The Economist
24th june 2016

How to minimise the damage of Britain’s senseless, self-inflicted blow


HOW quickly the unthinkable became the irreversible. A year ago few people imagined that the legions of Britons who love to whinge about the European Union—silly regulations, bloated budgets and pompous bureaucrats—would actually vote to leave the club of countries that buy nearly half of Britain’s exports. 
Yet, by the early hours of June 24th, it was clear that voters had ignored the warnings of economists, allies and their own government and, after more than four decades in the EU, were about to step boldly into the unknown.
The tumbling of the pound to 30-year lows offered a taste of what is to come. As confidence plunges, Britain may well dip into recession. A permanently less vibrant economy means fewer jobs, lower tax receipts and, eventually, extra austerity. 
The result will also shake a fragile world economy. Scots, most of whom voted to Remain, may now be keener to break free of the United Kingdom, as they nearly did in 2014. Across the Channel, Eurosceptics such as the French National Front will see Britain’s flounce-out as encouragement. The EU, an institution that has helped keep the peace in Europe for half a century, has suffered a grievous blow.
Managing the aftermath, which saw the country split by age, class and geography, will need political dexterity in the short run; in the long run it may require a redrawing of traditional political battle-lines and even subnational boundaries. 
There will be a long period of harmful uncertainty. Nobody knows when Britain will leave the EU or on what terms. But amid Brexiteers’ jubilation and Remain’s recriminations, two questions stand out: what does the vote mean for Britain and Europe? And what comes next?
Brexit: the small print 
The vote to Leave amounts to an outpouring of fury against the “establishment”. Everyone from Barack Obama to the heads of NATO and the IMF urged Britons to embrace the EU. Their entreaties were spurned by voters who rejected not just their arguments but the value of “experts” in general. 
Large chunks of the British electorate that have borne the brunt of public-spending cuts and have failed to share in Britain’s prosperity are now in thrall to an angry populism.
Britons offered many reasons for rejecting the EU, from the democratic deficit in Brussels to the weakness of the euro-zone economies. But the deal-breaking feature of EU membership for Britain seemed to be the free movement of people. As the number of new arrivals has grown, immigration has risen up the list of voters’ concerns.
Accordingly, the Leave side promised supporters both a thriving economy and control over immigration. But Britons cannot have that outcome just by voting for it. If they want access to the EU’s single market and to enjoy the wealth it brings, they will have to accept free movement of people. 
If Britain rejects free movement, it will have to pay the price of being excluded from the single market. The country must pick between curbing migration and maximising wealth.
David Cameron is not the man to make that choice. Having recklessly called the referendum and led a failed campaign, he has shown catastrophic misjudgment and cannot credibly negotiate Britain’s departure. That should now fall to a new prime minister.
We believe that he or she should opt for a Norwegian-style deal that gives full access to the world’s biggest single market, but maintains the principle of the free movement of people. The reason is that this would maximise prosperity. And the supposed cost—migration—is actually beneficial, as Leave campaigners themselves have said. 
European migrants are net contributors to public finances, so they more than pay their way for their use of health and education services. Without migrants from the EU, schools, hospitals and industries such as farming and the building trade would be short of labour
Preventing Frexit
The hard task will be telling Britons who voted to Leave that the free having and eating of cake is not an option. The new prime minister will face accusations of selling out—for the simple reason that he or she will indeed have to break a promise, whether over migration or the economy. 
That is why voters must confirm any deal, preferably in a general election rather than another referendum. This may be easier to win than seems possible today. While a deal is being done, the economy will suffer and immigration will fall of its own accord.
Brexit is also a grave blow for the EU. The high-priesthood in Brussels has lost touch with ordinary citizens—and not just in Britain. A recent survey for Pew Research found that in France, a founder member and long a strong supporter, only 38% of people still hold a favourable view of the EU, six points lower than in Britain. In none of the countries the survey looked at was there much support for transferring powers to Brussels.
Each country feels resentment in its own way. In Italy and Greece, where the economies are weak, they fume over German-imposed austerity. In France the EU is accused of being “ultra-liberal” (even as Britons condemn it for tying them up in red tape). In eastern Europe traditional nationalists blame the EU for imposing cosmopolitan values like gay marriage
Although the EU needs to deal with popular anger, the remedy lies in boosting growth. Completing the single market in, say, digital services and capital markets would create jobs and prosperity. The euro zone needs stronger underpinnings, starting with a proper banking union. Acting on age-old talk of returning powers, including labour-market regulation, to national governments would show that the EU is not bent on acquiring power no matter what.
This newspaper sees much to lament in this vote—and a danger that Britain will become more closed, more isolated and less dynamic. It would be bad for everyone if Great Britain shrivelled into Little England and be worse still if this led to Little Europe. 
The leaders of Leave counter with the promise to unleash a vibrant, outward-looking 21st-century economy. We doubt that Brexit will achieve this, but nothing would make us happier than to be proved wrong.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

BRexit: como saída do Reino Unido mudaria relações com UE























Deustsche Welle
16 jun 2016


Não faltam pesquisas sobre as repercussões para a economia se o Reino Unido sair da União Europeia. Apoiadores e opositores do assim chamado "Brexit" já produziram toneladas de artigos e relatórios fundamentando suas respectivas posições.
A maioria dos estudos conclui que a saída da UE traria custos substanciais, principalmente para o Reino Unido. Quase a metade das exportações do país é direcionada aos Estados-membros do bloco, enquanto mais da metade das importações britânicas vem dos europeus.
Segundo um estudo publicado pela Fundação Bertelsmann, um think tank alemão próximo aos setores econômico e empresarial, se o país se decidir pela saída, sua economia poderá encolher até 14%, o equivalente a 300 bilhões de euros. "Um Brexit deveria ser evitado", concluem os autores.
Muitas pontas soltas
Por mais que se esforcem, porém, os economistas dão tiros no escuro ao tentar apresentar dados confiáveis. Não há dúvida que a saída do Reino Unido da UE mudaria a relação britânica com os países da UE, mas ainda não está claro como. Certo é que resultará em custos e incerteza.
"É por isso que se fez uma certa pressão sobre os britânicos para não votarem pela saída nestes tempos difíceis ", explica Rolf Weder, professor de economia e integração europeia na Universidade de Basel, na Suíça. "Se você focar no curto prazo, é óbvio: nunca se deve colocar em questão relações estabelecidas, pois isso sempre acarreta custos."
Uma ideia clara de como as relações comerciais entre o Reino Unido e a UE se alterariam só emergirá após o eventual Brexit, e de forma muito lenta. O Artigo 50 do Tratado da UE estipula prevê dois anos para ambos os lados negociarem os detalhes, prazo que poderiam ser prorrogado pelo Conselho Europeu. No entanto a empresa britânica de consultoria Global Counsel estima um período de incerteza de "dez anos ou mais".
Uma vez que tudo depende do resultado dessas negociações, não há limites para a imaginação. No pior dos cenários, pesquisadores da Fundação Bertelsmann preveem que o Reino Unido ficaria totalmente "isolado", privado de todos os seus privilégios comerciais com os países da UE e com os terceiros que têm acordos com o bloco. Hipóteses menos hostis cortam consideravelmente os custos do Brexit, de acordo com o estudo: apenas 14 bilhões de euros em vez de 300 bilhões de euros.
"O Reino Unido, claro, vai negociar com o objetivo de não perder completamente o acesso ao mercado comum europeu. Ao mesmo tempo, a UE vai querer garantir o acesso ininterrupto ao mercado britânico para as empresas europeias", estima Rolf Weder, acrescentando: "Espero que ambos os lados busquem algum tipo de acordo de livre-comércio."
Parceiros comerciais mais importantes do Reino Unido











O exemplo suíço
No comércio de mercadorias, há décadas o Reino Unido tem registrado um grande déficit, importando mais do que exporta, apesar de Londres ser um dos principais centros financeiros do mundo. Entretanto o superávit em serviços não basta para compensar a fraqueza em termos de mercadorias, tendo deixado o Reino Unido com um saldo negativo total de mais de 77 bilhões de euros no comércio com a União Europeia, em 2014.
Graças à adesão do país à UE, bancos, companhias de seguros e escritórios de advocacia britânicos podem oferecer seus serviços em qualquer parte do mercado único. Caso saia, será crucial negociar condições favoráveis para o setor financeiro do país.
"A UE estará determinada a não tratar o Reino Unido bem demais", prevê o professor Weder. Afinal de contas, ela perde um contribuinte para seu orçamento, sendo improvável que vá recompensá-lo com concessões generosas.
A Suíça é frequentemente citada como modelo potencial para as futuras relações entre o Reino Unido e o bloco. Acordos comerciais permitem que o país alpino, que não é membro da UE, troque mercadorias livremente.
Mas mesmo os suíços não conseguiram alcançar um acordo semelhante para sua enorme indústria de serviços financeiros. Se o Reino Unido também fracassar, seu setor financeiro "enfrentaria os mesmos custos com que as companhias suíças têm que arcar atualmente, já que a Suíça não é tão bem integrada assim", aponta Weder.
No entanto, "há poucas perspectivas de que Londres deixe de ser o principal centro financeiro internacional", conclui a consultoria Global Counsel. As regulamentações da UE poderão tornar mais difícil as transações no mercado europeu, mas "é difícil imitar as vantagens que Londres oferece e sua ampla rede de serviços financeiros e profissionais".
comércio de bens serviços britânico em 2014











Mais alternativas
Depois de um Brexit, o Reino Unido não só teria que negociar com a UE: seria também necessário substituir os acordos comerciais existentes entre o bloco e terceiros – para enorme alegria das firmas de advocacia. Batalhando sozinho e não sendo mais parte da UE, a posição do país nas negociações seria consideravelmente fraca.
Então por que todo esse trabalho, por que correr o risco de custos elevados e anos de incerteza? Na essência, o referendo britânico não é sobre economia, mas sobre a ideia de uma Europa diferente. "Eu acredito que menos Europa poderia, no fim das contas, resultar em mais Europa", especula Weder. "Se houver menos harmonização e menos integração, a diversidade na Europa lucrará."
Durante as crises financeiras recentes – do setor bancário, da dívida soberana e da Grécia –, os cidadãos europeus repetiram muitas vezes não havia alternativa às injeções de capital, pacotes de resgate e austeridade fiscal. Weder acredita que poderão surgir novas alternativas, caso os britânicos saiam da UE.
Por exemplo, o Reino Unido poderia se juntar com a Suíça e outros países na Associação Europeia de Livre-Comércio (AELC), e tentar um modelo diferente de Europa: livre-comércio sim, mas com soberania nacional quanto à imigração, mercado de trabalho e outras questões.
Até os defensores de uma maior integração na Europa ficariam em melhor situação. "Se o Reino Unido sair, e talvez outros dois ou três países também, a União Europeia se tornaria mais homogênea. Assim, os membros remanescentes poderiam ir em frente e criar um Estado federal europeu", propõe Rolf Weder. "Mas aí essa não seria a única opção na Europa, e as pessoas poderiam escolher entre essas alternativas."



terça-feira, 9 de junho de 2015

Mercosul tenta destravar negociação com UE






















Deutsche Welle Brasil
9 jun, 2015

Em Bruxelas, Mercosul tenta destravar negociação com UE

Representantes europeus e sul-americanos voltam a discutir acordo de livre-comércio após duas décadas de entraves. Com volume de negócios bilaterais em queda, Brasil e Argentina têm diferenças sobre negociação.
Após duas décadas de tentativas fracassadas, representantes do Mercosul vão tentar aproveitar a cúpula entre a Comunidade de Países Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia, que começa nesta quarta-feira (09/06) em Bruxelas, para impulsionar um acordo de livre-comércio com o bloco europeu. 
Com papel de protagonista nas discussões, o Brasil tem a ganhar no cenário econômico internacional, apesar dos obstáculos impostos pela Argentina. 
O governo Cristina Kirchner teve dificuldades em formular ofertas de redução tarifária na área industrial e ofereceu resistências em flexibilizar o comércio com os países europeus. 
Apesar de o país impor atrasos, Brasil, Paraguai e Uruguai não poderiam prosseguir sem Buenos Aires. No Mercosul desde 2013, a Venezuela ainda está fora das discussões. 
"O Brasil fez uma construção importante com o Mercosul. Foi uma longa construção institucional. Reconhecemos o Mercosul como algo importante, mas ele não pode se constituir em um impedimento à possibilidade de o Brasil buscar formas de inserção em outros blocos econômicos", afirmou na última segunda-feira (08/06) o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro Neto.
As negociações se arrastam desde 1995, quando foi anunciada a intenção de se estabelecer um acordo. A discussão ganhou forma em 2004, quando foram apresentadas as ofertas de liberalização comercial – abrangentes para produtos industrializados e restritas para os agrícolas. 
O acordo prevê a abertura de 90% das economias do Mercosul aos produtos europeus, por meio de redução tarifária. 
"A UE tem muito interesse em ter mais acesso ao mercado consumidor de produtos industriais do Mercosul. As ofertas de Brasil, Paraguai e Uruguai coincidem, mas a Argentina tem mais dificuldades, porque atravessa há vários anos uma crise econômica, que só tem piorado ao longo dos anos", explica José Botafogo Gonçalves, vice-presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e ex-embaixador do Brasil em Buenos Aires. 
Desde que se tornou membro do Mercosul, em 1991, o Brasil firmou acordos de livre-comércio apenas com Israel, Egito e a Autoridade Palestina. 
Em 2014, o comércio exterior brasileiro representou 21,7% do PIB, muito abaixo, por exemplo, da média de abertura da economia dos Brics (57%) e da América Latina (74%), segundo a Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil). 
Neste segundo mandato de Dilma, pondera Gonçalves, o governo tem se mostrado disposto a concluir um acordo com a União Europeia, além de com outros países. 
Em visita recente ao México, Dilma assinou oito acordos de cooperação em setores como comércio, turismo, aviação e agricultura para estimular investimentos recíprocos. Na semana passada, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, assinou um acordo de cooperação com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
"Tudo isso vai no sentido da liberalização", avalia Gonçalves. "O isolacionismo brasileiro não dá conta das necessidades que, sobretudo, a indústria tem de ganhar competitividade no mercado mundial. Ocorre uma mudança na política comercial brasileira, que é ditada pela necessidade do país inserir sua economia no resto do mundo." 
Relações Brasil-Argentina mais frias
Além do impasse nas negociações com a União Europeia, as relações econômicas entre Brasil e Argentina têm passado por um resfriamento. O volume de comércio entre os dois países registrou quedas consecutivas nos últimos 19 meses, segundo a Câmara Argentina de Comércio. 
De acordo com os especialistas ouvidos pela DW Brasil, o resultado negativo se deve ao fraco desempenho da economia nos dois países. 
"Quanto menos a Argentina cresce, menos importa do Brasil. E como o volume de troca é muito grande, os países não conseguem exportar determinados produtos para outras nações", explica o economista Roberto Troster, conselheiro da Câmara de Comércio Argentina-Brasil. 
"A perspectiva é que o comércio entre os dois países continue encolhendo neste ano."
Segundo relatório do Ministério das Relações Exteriores divulgado em fevereiro, 22,5% das importações argentinas são originárias do Brasil, que está à frente da China e dos Estados Unidos. 
O principal produto de intercâmbio comercial entre os dois países são os automóveis, devido ao acordo automotivo firmado em 2014. 
"A Argentina importa cada vez menos do Brasil, porque não tem dinheiro para pagar. A China está disposta a praticamente vender fiado para a Argentina, dando créditos a longo prazo. E isso desaquece as relações com o Brasil", opina Gonçalves. 
Ritmos diferentes
Para destravar as negociações com a União Europeia, o Mercosul apresentou um programa de liberalização comercial em diferentes velocidades para contemplar os países que não conseguem avançar no mesmo ritmo. 
Com a proposta, os argentinos teriam mais tempo para proteger setores mais sensíveis da economia, enquanto os demais sócios do Mercosul não seriam prejudicados. 
"A política econômica argentina é ineficaz. A indústria do país é pouco competitiva, com grande intervenção governamental", diz Gonçalves. "Um ritmo mais lento de liberalização comercial é um caminho para destravar um possível acordo comercial entre UE e Mercosul."
Diante das dificuldades de negociações regionais, o Uruguai e o Paraguai querem aumentar a flexibilização das regras do Mercosul. A proposta consiste em criar velocidades e abrangências diferentes para a aplicação dos acordos comerciais. 
A presidente Dilma Rousseff já declarou que mudanças no bloco são necessárias. 
Segundo Troster, a Argentina está mais vulnerável do que o restante do bloco por causa das eleições legislativas marcadas para outubro. "O governo argentino está muito mais focado em ganhar apoio interno do que em pensar num acordo internacional", observa o economista.
O especialista não está otimista quanto ao fechamento de um acordo UE-Mercosul em 2015. "A situação pode mudar na Argentina no ano que vem, e o Brasil terá superado a pior parte do ajuste fiscal. 
Podemos esperar algo para 2016, mas neste ano não devemos observar grandes avanços."

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