sexta-feira, 30 de outubro de 2015

[ Discursivas CACD ] PI 2014: Diplomacia Pública



























Guia do Calango Lumbrera - Turma CACD 2014

Prova 2014 POLÍTICA INTERNACIONAL 

OBS: Respostas com Maior e Menor notas apuradas entre as publicadas no guia do Calango

Questão 3


Em razão de fatores como a disseminação da democracia, a globalização e os avanços nas tecnologias de informação e comunicação, assistiu-se, nas últimas décadas, à afirmação da importância dos atores não-estatais nas relações internacionais. 

Esse fenômeno tem reclamado das chancelarias nacionais atenção crescente à diplomacia pública, tanto na esfera multilateral quanto no plano das relações bilaterais, como complemento à diplomacia intergovernamental.

Identifique os princípios que devem fundamentar a diplomacia pública brasileira e sugira meios para seu aprimoramento continuado. 

Maior Nota: CLARISSA DE SOUZA CARVALHO (22/30)

"Em sintonia com as transformações recentes da sociedade internacional globalizada, e ao mesmo tempo antecipando-se a elas, a política externa brasileira tem valorizado a diplomacia pública como ferramenta indispensável à legitimidade da ação do Brasil no mundo. Se a multipolaridade e o multilateralismo ampliam as oportunidades disponíveis aos países em desenvolvimento, a busca de democracia, desenvolvimento e direitos humanos fortalecem a contribuição da democracia brasileira às relações internacionais. 

Para se compreender o papel da diplomacia pública nesse processo, deve-se identificar os princípios que a fundamentam e os possíveis meios para aprimorá-la continuamente.

O compromisso com a democracia é o primeiro princípio a informar a diplomacia pública nacional. Esse comprometimento significa que o Brasil compreende a política externa como política pública, para a qual a participação do cidadão é essencial. 

O planejamento em política externa, para atender aos interesses da sociedade brasileira como um todo, no rumo do seu desenvolvimento sustentável e inclusivo, deve contar com a participação ativa de outras esferas do governo, do setor privado e da sociedade civil. 

Essa foi a tônica dos diálogos de política externa, promovidos pelo Itamaraty, no primeiro quadrimestre de 2014. As discussões democráticas daí decorrentes subsidiarão a produção do Livro Branco da Política Externa Brasileira, no qual constarão os princípios que tradicionalmente informam a diplomacia nacional, bem como visões estratégicas para a inserção internacional contemporânea do país.

Corolário do princípio democrático é a busca de transparência na fundamentação da diplomacia pública. A transparência é simultaneamente princípio e meio de fortalecimento da diplomacia pública, porquanto favorece a governança democrática, já que todos os atores têm acesso à informação. 

Em consonância com esforços do Estado brasileiro como a Lei de Acesso à Informação, o Itamaraty criou o portal Diplomacia Pública, disponibilizou ao cidadão acesso amplo a informações relativas à gestão do Ministério, e ampliou os contatos transparentes com a sociedade civil via canal do “Youtube”, página do “Facebook” e perfil no “Twiter”. 

Vale lembrar que consoante pesquisa do “Twiplomacy”, o perfil do MRE nesta rede social está entre as páginas de relações internacionais mais visitadas do “Twiter”.

A terceira gama de princípios a orientar a diplomacia pública brasileira refere-se ao tema dos direitos humanos. Para além do compromisso constitucional brasileiro com a prevalência dos direitos humanos (inciso II do artigo 4o da Constituição de 1988), o Itamaraty tem buscado a transversalidade desse princípio, ou seja, valorizá-lo como componente indispensável às diversas áreas abrangidas pela diplomacia pública. 

Vez que esta depende atualmente dos recursos da Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC), o Brasil defende a governança multissetorial, democrática, transparente e inclusiva da Internet. Conforme afirma a Presidenta Dilma Rousseff, os direitos do cidadão no âmbito “on-line” devem seguir as garantias já asseguradas na esfera “off-line”. 

Para que a diplomacia pública atenda aos interesses do desenvolvimento da sociedade brasileira, os direitos humanos, e em particular o direito à privacidade na era digital, devem ser respeitados.

Complementam os princípios da diplomacia pública os meios necessários para seu aprimoramento. Na sociedade globalizada, onde os atores não-estatais buscam informar-se não apenas da diplomacia de seus países, mas também de países parceiros, a diplomacia pública deve levar em conta que seu público não é apenas o nacional, falante de português e plenamente informado em relação à cultura brasileira. 

Nesse sentido, o fomento a publicações bilíngues, impressas e digitais, tem sido buscado pelo Itamaraty, em parcerias entre a FUNAG e países e blocos parceiros. Assim foi o lançamento de obras específicas sobre o BRICS, que reuniram dados referentes a sociedade, economia, política e cultura dos cinco países, entre outras iniciativas semelhantes.

O fortalecimento das capacidades brasileiras no ramo da TIC é outro meio indispensável ao aprimoramento da diplomacia pública. 

Conforme aponta o Ministro da Defesa Celso Amorim, a política externa e a política de defesa se complementam na grande estratégia de inserção internacional do Brasil. Nesse sentido, o Brasil deve valorizar o desenvolvimento de tecnologias informacionais próprias, não apenas como ferramenta para evitar ameaças cibernéticas à soberania, mas para garantir a integridade dos canais digitais, tão indispensáveis à execução da diplomacia pública. 

Cooperação com parceiros externos que garantam transferência de tecnologia é possível, como é o caso da parceria entre Brasil e França no ramo da computação petaflópica.

A ênfase em mecanismos multissetoriais também é meio necessário para a consolidação da diplomacia pública. Seguindo modelo de iniciativas que já ocorrem no âmbito do MERCOSUL, como as reuniões especializadas da agricultura familiar, o Itamaraty tem cogitado a possibilidade de criar conselho consultivo de política externa, do qual participariam representantes da sociedade civil e do setor privado, bem como de outras instâncias governamentais. 

A proposta não foi fechada ainda, e deve levar em conta os princípios que regem a política externa brasileira tanto como política pública quanto como política de Estado.

O aprimoramento continuado da diplomacia pública brasileira é essencial para a legitimidade da política externa nacional. Assim como o Brasil valoriza e contribui para o multilateralismo no plano internacional, de forma a construir a multipolaridade da cooperação, o diálogo permanente, inclusivo, transparente e democrático com a sociedade civil é fundamental. 

Pode-se afirmar que essa capacidade do Itamaraty de promover a coerência entre as políticas domésticas e externa corresponde a novo recurso de poder a serviço do Brasil nas relações internacionais. 

País que consegue atender aos interesses de seu povo, rumo ao desenvolvimento, tem mais legitimidade e potencial ao relacionar-se com os demais parceiros no mundo." 

Menor Nota: (12/30)

"Os princípios que orientam o Brasil em suas relações internacionais estão elencados no art. IV da Constituição Federal. Eles podem ser entendidos como a maneira que o país vê tanto o sistema internacional quando sua inserção na comunidade global. O elenco do art. IV da Carta Magna, no entanto, não pode ser considerado exaustivo ou estático, nomeadamente em contexto mundial em transformação, a qual suscita redistribuição de poder. 

O “aggiornamento” é característico de diplomacias eficientes, que atualizam seus princípios e, sobremaneira, os meios para alcançá-los. Os Diálogos sobre Política Externa corresponderam a esforço com esse objetivo, e o Livro Branco irá apresentar consolidação de princípios, proposição de diretrizes e adoção de meios para alcançá-los. 

Das discussões dos 14 painéis realizados, pode-se destacar quatro princípios da política externa brasileira: desenvolvimento, integração, reforma da governança global e defesa de temas sensíveis.

O Emb. Figueiredo Machado tem insistido em seus discurso que a política externa não pode ser compreendida senão como instrumento para o desenvolvimento nacional. 

O Brasil tem alcançado resultados significativos nessa matéria, destacadamente na erradicação da pobreza e na distribuição de renda. O país encontra-se em momento privilegiado para o desenvolvimento, dado um conjunto de fatores: ascensão da China, estabilidade macroeconômica e bônus demográfico nacional. 

O Itamaraty tem atuado de maneira a sustentar o desenvolvimento, com destaque para iniciativas multilaterais — negociações na OMC, estrutura financeira dos BRICS e discussões no G-20 Financeiro —, bem como regionais — avanços nos acordos do Mercosul e projetos de infra-estrutura da Unasul. 

O aprofundamento do diálogo com a sociedade, de maneira multissetorial, pode ser considerada como sugestão válida, dado que os agentes privados são protagonistas e primeiros beneficiados do desenvolvimento. As políticas públicas vinculadas a esse princípio podem adquirir maior legitimidade e incremento de eficiência, eficácia e efetividade, na medida em que a sociedade participe de sua formulação.

A integração é um dos princípios mais caros à política externa brasileira. O Brasil, na atualidade, a desenvolve em três círculos concêntricos, como referiu o Emb. Antonio Simões: Mercosul, Unasul e CELAC. 

O entorno regional é eixo essencial da atuação do Brasil, e os benefícios comerciais, políticos e comerciais têm confirmado o acerto dessa opção brasileira. A superação da crise de 2008 esteve vinculada à integração regional. Pode-se afirmar que nessa vertente a participação da sociedade é antiga, como as iniciativas vinculadas ao Mercosul Social podem confirmar. 

Em contexto de possível transição política interna duas sugestões podem ser formuladas: continuidade do aprofundamento da integração por meio de atuação mais assertiva, como foi o caso do ingresso da Venezuela no Mercosul, e aumento da participação da sociedade. 

Constata-se desconhecimento da realidade da integração por parte da população brasileira, malgrado tenha aumentado o interesse desta pela política externa. Nesse âmbito, a diplomacia pública tornou-se essencial.

A inclusão de novos temas, assim denominados por Figueiredo Machado em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa do Senado Federal, na agenda da política externa, corresponde ao tratamento de assuntos sensíveis. 

Nesse contexto, destacam-se os Direitos Humanos e o Meio Ambiente. 

Quanto ao primeiro, a espionagem cibernética é o mais recente desafio, que foi enfrentado pelo Brasil no âmbito da ONU e no fórum Net Mundial, realizado em São Paulo. A estratégia inovadora brasileira, ao considerar multissetorialidade e transparência, corresponde a raro caso de diplomacia pública multilateral. 

Quanto ao segundo, a Rio +20, com a participação da sociedade, traçou caminho a ser seguido. Não é acaso que ambos temas tenham recebido tratamento semelhante, na medida em que envolvem atores não-estatais que adquirem protagonismo. 

A sugestão que emerge, comum aos dois temas, é a continuidade dos processos, dado que a sociedade já está neles inserida. Cumpre aumento o número de decisões que se convertem em ações.

A reforma da governança global pode ser considerada conseqüência necessária da aplicação dos princípios da política externa brasileira. A redistribuição de poder em curso e a formação de um sistema interpolar demandam que as instâncias multilaterais reflitam essa realidade. 

Os obstáculos apresentados ao desenvolvimento, integração e novos temas estão vinculados diretamente à governança global. Ademais de o Brasil vincular desenvolvimento a segurança — o que enseja a reforma do CSNU —, as estruturas do FMI e do Banco Mundial impedem avanço no desenvolvimento e complexificam negociações no âmbito regional de integração. 

No tratamento de novos temas, o superior poder relativo de alguns países influencia negativamente os foros multilaterais. As alianças de geometria variável, como o BRICS, visam a criar alternativas à morosidade das reformas. Cabe, portanto, sugerir o aumento de ambição dessas alianças que, no caso dos BRICS, iniciam novo ciclo, que terá início com a Conferência de Fortaleza, no mês de julho. Pode ser momento propício para tal.

A necessidade de atualização e análise dos princípios da política externa do Brasil ensejou que o Itamaraty abrisse suas portas para o diálogo com a sociedade. Esse ciclo virtuoso demonstrou que os princípios prioritários estão claros, e cada um tem processos iniciados com vistas a alcançá-los. 

De maneira geral, as sugestões apresentadas a fim de aprimorar esses processos vinculam a participação da sociedade e o aumento do exercício da Diplomacia Pública. 

Desse modo, pode-se esperar que o Livro Branco sintetize-se em três eixos: aumento da ambição da diplomacia brasileira, incremento da participação da sociedade e expansão da transparência. 

A aplicação dos principios com base nessas sugestões pode suscitar metas de longo prazo para o Itamaraty, a fim de beneficiar o Brasil nos plano bilateral, regional e multilateral, conferindo ao país a posição e o papel que lhe compete por natureza."

FONTE: Guia Calango Lumbrera - Turma IRB 2014   

terça-feira, 27 de outubro de 2015

[ Discursivas CACD ] Geografia 2014: Crimeia e a Geopolítica




























Guia do Calango Lumbrera - Turma CACD 2014


Prova 2014 GEOGRAFIA 

OBS: Respostas com Maior e Menor notas apuradas entre as publicadas no guia do Calango


QUESTÃO 2

O caso da Ucrânia e de sua região da Crimeia é fato que reafirma a teoria de Sir Halford Mackinder (1904) como modelo para a análise das relações internacionais dos blocos de poder e entre os países. 

Em face dessa afirmação, analise, com base nos conceitos clássicos da geografia política, a atual geopolítica mundial, considerando as negociações diplomáticas entre os Estados Unidos da América (apoiados pela União Europeia), de um lado, e a Rússia, de outro.

Extensão máxima: 60 linhas  

Maior Nota: DIEGO DE SOUZA ARAUJO CAMPOS (18/20)

"O caso da anexação da Crimeia pela Rússia suscita a análise de elementos geopolíticos relacionados à disputa de poder entre potências. Esse caso resgata a necessidade de se recorrer a conceitos clássicos de geopolítica, principalmente aquele de Sir Halford Mackinder sobre a importância da Eurásia para o controle do mundo. Nesse contexto, convém discorrer sobre a polarização entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE), de um lado, e a Rússia de outro no que concerne à questão da Crimeia e outras variáveis.

De acordo com o Mackinder, a potência que controlar a região da Eurásia, o que inclui a localização geográfica da Ucrânia e da Rússia, dominará o mundo. Nesse sentido, a anexação da República Autônoma da Crimeia pela Rússia ressalta a tentativa russa de influenciar a geopolítica mundial com base em dois fatores principais: a energia e o poderio bélico. 

No que se refere à energia, a Rússia implementa a diplomacia dos hidrocarbonetos como mecanismo de pressão sobre vizinhos e sobre a UE. A Rússia detém reservas gigantescas de hidrocarbonetos, sendo o maior exportador de gás mundial. Por meio de suas estatais, como a Gazprom, a Rússia tem gasodutos que ligam o país a mercados distantes, como o europeu, e que passam por países como a Ucrânia, uma vez que o gasoduto Nord Stream ainda não está em pleno funcionamento. Ademais, a Gazprom já explora petróleo nas águas do Ártico, uma das últimas fronteiras mundiais e que serve de ponto de passagem marítima para navios que ligam a Europa à Ásia.

A Rússia, herdeira da ex-União Soviética, reconhece que a influência de dissuasão de poder sobre vizinhos, como a Ucrânia, passa pela avançada indústria bélica do país, como ilustram os caças SUKOI-35, e pelo poderio das Forças Armadas russas, que têm no porto de Sebastopol, na Crimeia, área estratégica para o domínio do mar Negro, ponto de contato entre o mar Morto e a bacia do Mediterrâneo. Sendo assim, a Rússia almeja controlar não apenas o centro da chamada Eurásia, que tinha em tempos distantes a presença do Império Otomano, mas o acesso marítimo à região – o que se coaduna com as ideias do almirante Haushofer sobre o domínio dos mares e o poderio hegemônico.

Por outro lado, os Estados Unidos, apoiados pela UE, tentam conter o expansionismo russo. Nesse sentido, a UE negocia com a Ucrânia a adesão ao bloco, que já tem membros como os Estados Bálticos, ex-satélites soviéticos. Ademais, os norte-americanos e os europeus tentam trazer, cada vez mais, os ex-países comunistas para a área de influência ocidental por meio da adesão à OTAN, que negociava a adesão ucraniana. 

A ação de contenção norte- americana, no entanto, avança para o Oriente Médio, em que o conflito sírio prova a necessidade de negociação dos Estados Unidos e da Rússia. Estes negociaram o fim das armas químicas sírias e a adesão síria à OPAQ. Ambas as potências têm interesses na região, seja pelo petróleo, seja pela localização geográfica, propícia para a base naval russa ali presente e para a segurança de Israel, maior aliado norte-americano no Oriente Médio.

Outra questão pertinente ao contexto é o “pivot” dos Estados Unidos para a Ásia. O governo Obama entende que essa política estratégica de influência depende de negociações com os russos e com os chineses. Por isso, os Estados Unidos negociaram um novo Acordo de Redução de Armas Estratégicas (START) com a Rússia e hesita em aplicar sanções severas contra o país pela anexação da Crimeia. 

Tanto os Estados Unidos quanto a Rússia sabem que a dissuasão nuclear de ambos impede uma guerra bilateral em termos convencionais, mas não ações estratégicas como o veto no Conselho de Segurança da ONU quando necessário. A influência sobre a Eurásia passa pela concertação entre essas duas potências.

A situação da Crimeia reafirma as ideias de Mackinder, em cenário de disputas geopolíticas de poder entre os EUA e a Rússia. Essas disputas são heranças da Guerra Fria e obedecem à lógica da influência dissuasória para controlar regiões. A atual geopolítica mundial, nesse sentido, decorre da rivalidade entre norte-americanos e russos e da emergência de novos atores."


MENOR NOTA (8/20)

"O brasilianista Kenneth Maxwell, em recente artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, relacionou, de maneira interessante, as tensões atuais na Crimeia com a famosa guerra ocorrida nos anos 1850, dramático enfrentamento que envolveu Rússia, Império Otomano, Reino Unido, França e outras potências menores. Nesse sentido, é proveitoso lançar mão da velha teoria do heartland proposta por Sir Halford Mackinder, em 1904, como modelo analítico das relações internacionais de poder. A história, bem como a geografia e a geopolítica, ensina e contribui para o entendimento do quadro que envolve atores como Estados Unidos, União Europeia e Rússia.

Mackinder definiu o heartland como uma ampla região eurasiana, estratégica pela posição no globo e pelos recursos naturais. Para esse autor, quem dominasse o heartland disporia de enorme poder mundial. A teoria ecoava as disputas de poder entre os impérios britânico e russo nas franjas desse território (a Índia era a joia da Coroa Britânica, o Japão aparecia como possível estabilizador do expansionismo russo na região asiática, o Afeganistão sobressaía como tampão entre os impérios). 

A tensão diminuiu com a entente anglo-russa criada para conter a Alemanha (ela própria a enxergar no heartland um prolongamento de seu espaço vital), mas o conceito de Mackinder prevaleceu como útil. Ele próprio o revisou parcialmente, já que o desenvolvimento da indústria aeronáutica minorava relativamente a importância da contiguidade territorial implicada no heartland. A geógrafa Bertha Becker o retrabalhou de maneira proveitosa, chamando a atenção para a existência de “novos heartlands” (Amazônia, “Amazônia Azul”, Ártico). 

É com base nesse aggiornamento conceitual que se pode lançar mão da ideia de heartland no exame da questão da Ucrânia e da Crimeia.

Após o caos econômico dos anos 1990, a Rússia tem ressurgido como uma assertiva potência emergente. Suas impressionantes quantidades de gás e de petróleo em bacias sedimentares tanto nas proximidades da Europa quanto da China corroboram a ideia de centralidade do heartland em termos de recursos naturais. Os hidrocarbonetos alimentam a economia russa e geram excedentes exportáveis, possibilitando uma política de poder capitaneada por Putin, que tenta reviver a influência do Império soviético em países como o Cazaquistão, também cortejados pelo Ocidente. 

O gás russo flui por dutos que passam pela Ucrânia e, mais recentemente, a contornam pelo norte (projeta- se, ainda, um gasoduto no sul). Nesse sentido, três atores se tornam umbilicalmente ligados: a Rússia precisa exportar hidrocarbonetos para a União Europeia (e flerta com a possibilidade de atender a China com as reservas siberianas); a Europa precisa dos hidrocarbonetos da Rússia (e se vê ansiosa pela possibilidade de diversificar o fornecimento via Noruega e o xisto que flui dos Estados Unidos); a Ucrânia aufere ganhos econômicos como rota de passagem do gás russo e ela própria depende do fornecimento barato do produto (que vinha sendo oferecido por Putin) para equilibrar suas frágeis contas nacionais. 

Ainda que a Rússia busque rotas não ucranianas para o gás, hoje o subsolo ucraniano por onde transita o produto é central, constitui um heartland.

Em termos geopolíticos, a questão dramatiza-se por conta da variável da política doméstica da Ucrânia. Importantes segmentos da sociedade ucraniana defendiam a aproximação com a União Europeia, o que desagradava à Rússia, que acenava com o fim da relação especial do gás. Protestos internos depuseram o governo pró-russo e agitaram regiões em que a presença de russos étnicos era relevante, como a Crimeia, que, aliás, fora incorporada à Ucrânia por decisão de Kruschev, em tempos de irmandade soviética. 

Nesse sentido, a presença dos Estados Unidos, potência única em termos militares, atua de maneira complexa. Interessa ao país a estabilidade do fornecimento de gás russo para a União Europeia (ainda que haja possibilidade de competir por esse mercado com os russos), interessa-lhe a integridade territorial ucraniana (a anexação russa da Crimeia desestabiliza as proximidades do arco da OTAN expandida) e interessa-lhe conter a projeção de poder de Vladimir Putin sobre a antiga vizinhança soviética. 

As negociações têm sido tensas e algo imprevisíveis, já que ressentimentos de parte a parte se têm manifestado em choques entre grupos pró-Rússia e pró-Ucrânia na região leste. Ódios nacionalistas são sempre um preocupante combustível para as guerras.

O conceito de heartland proposto por Mackinder, desde que atualizado, serve para analisar a geopolítica atual. A região das tensões presentes remete a uma porção do território definido em 1904, há disputa envolvendo o trânsito e o fornecimento de recursos naturais e existe o engajamento de importantes potências na questão. Reler Mackinder com olhos contemporâneos é, pois, um exercício produtivo. 

Malgrado as muitas diferenças e peculiaridades, a região de contato entre a Europa e a Ásia ainda parece um tabuleiro para um novo Grande Jogo."

FONTE: Guia Calango Lumbrera - Turma IRB 2014  


segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Resultado CACD 2015 - 2a fase (definitivo)




























Com o resultado definitivo da 2a Fase do CACD 2015 publicado, podemos fazer algumas  análises em relação ao CACD 2014. 

Você pode acessar este edital no site do CESPE clicando em: Resultado CACD 2015.

Pelos resultados, a temida prova de Português, este ano foi mais impiedosa que a de 2014... 

A maior nota este ano ano foi 85,14  (89,21 em 2014). 

Somente 5 candidatos tiveram nota igual ou acima de 80 (17 em 2014).

56 candidatos tiveram nota acima de 70 e abaixo de 80 (36 em 2014). 

156 candidatos tiveram nota acima de 60 e abaixo de 70 (38 em 2014). 

93 candidatos tiveram nota abaixo de 60 (14 em 2014).

5 candidatos tiveram suas notas zeradas (3 em 2014).  

A nota média geral foi 60,85 (67,77 em 2014) - arredondando

Os resultados em geral foram mais baixos muito provavelmente pelo maior números de classificados para a segunda fase este ano em comparação a 2014. Percentualmente, o número de candidatos aprovados para a 3a fase foi de 68,8% (86,66% em 2014).

De qualquer forma, chama a atenção o melhores resultados no topo  das melhores notas no ano passado, o que pode indicar maior dificuldade este ano ou candidatos mais qualificados em 2014.  

É isso aí. E vamos continuar estudando em nossa Missão Diplomática !

Grande abraço a todos.

Missão Diplomática - CACD 2016 !


[ Discursivas CACD ] Inglês 2014: Composition




























Guia do Calango Lumbrera - Turma CACD 2014


Prova 2014 INGLÊS 

OBS: Respostas com Maior e Menor notas apuradas entre as publicadas no guia do Calango


COMPOSITION

The most intense conflicts, if overcome, leave behind a sense of security and calm that is not easily disturbed. It is just these intense conflicts and their conflagration which are needed to produce valuable and lasting results.

Carl Gustav Jung. The Structure and Dynamics of the Psyche. The Collected Works. V.8. Routledge: London, 1960. P. 26

In light of the quote above, comment on the possible positive effects, if any, of different conflicts throughout the twentieth century.

Maior Nota: ROBERTO SZATMARI (45,50/50)
  

"Throughout history, many thinkers have argued that crises and conflicts have positive effects for progress and civilization. German philosopher Hegel compared nations to trees, which occasionally needed to be shaken to be cleared of dead leaves. Proposed benefits of conflicts have included everything from technological development to increased unity and moral edification. As our economic and political analyses improve, however, these views seem increasingly quixotic and untenable.

It is certainly true that the need to best your opponent in a conflict creates a demand for innovation rarely seen in peacetime. The need to break German codes in World War II led to the invention of the first computers and the Manhattan Project drove advances in theoretical physics that went far beyond the creation of the atom bomb.

Another argument suggests that conflicts bring more intangible benefits to populations, by boosting morale and providing a sense of purpose. In this view, Americans in the Cold War enjoyed a sense of kinship with others in the western bloc and their struggles in their daily lives could be seen as part of a broader struggle to prove that their model of society was the superior one. This reflected in the space race, in Hollywood films and in the Olympics.

A third argument claims that it is not the conflict itself that brings prosperity, but its aftermath. A return of soldiers from the front could boost demand and the end of the war effort would raise supply accordingly, driving economic growth. More importantly, the post-conflict world would build new institutions to guarantee lasting progress, such as the creation of the UN and the Bretton Woods system.

All of these views contain some truth, yet all vastly understate the damage brought by conflict. Perhaps unsurprisingly, they tend to be formulated in times of peace and prosperity, not war.

In Europe, pre-World War I levels of growth and prosperity were only matched late in the twentieth century. Political freedoms, in some areas, were not re-established until the end of the Cold War. In conflicts on the periphery of the Cold War, such as in Africa and in Southeast Asia, it is hard to argue for any plausible benefits at all.

Further, technological progress has been proceeding at an extraordinary pace ever since the IT revolution, much of which happened after the end of the Cold War.

Upon more careful analysis, it is clear that conflicts bring guaranteed strife and uncertain benefits. Rather than looking to conflict as a necessary catharsis, it is more important to recognize the positive effects of peace and stability and to always bear in mind the devastating human cost of the twentieth century conflicts."

Organização e desenvolvimento de ideias: 18/20 
Qualidade de linguagem: 9,5/10
Correção gramatical: 18/20

Menor Nota (23,5/50)

"The twentieth century was the bloodiest in recorded history. Its first half encompassed two World Wars; in its second half, a plethora of small conflicts ravaged underdeveloped nations, particularly in Africa. It is not safe to assume that all the conflicts which took place throughout the twentieth century have produced positive effects. In some cases, they did; in others, they jeopardized state sovereignty and national cohesion, leaving behind nothing but chaos.

A long and cruel war can bring forward the preciousness of peace. High death tolls and V exhaustion of resources make states and national societies more willing not only to celebrate peace, but also to avert new quagmires that would lead to conflict. In no other region this choice has been more enthusiastically embraced than in Europe. After the second World War, rivalries between France and Germany gave way to integrating efforts that addressed the cultural, economic and social issues that once had led to the worst carnage ever registered.

Although serving as a beacon to guide other international integrating efforts, Europe has a dynamics of its own. Other regions did not fare that well in post-conflict scenarios. V Positive effects of war are more likely to appear when societies are galvanized towards the pursuit of peace. Should conflict affect the very fabric of societies, it would be harder to sustain broad arrangements for lasting peace. The civil strifes that ravaged African countries such as Somalia, Rwanda and Guinea-Bissau still are being dealt with by the African Union, which is focused in providing the means for those states to achieve peace within their territories.

The comparison between European and African panoramas reveals that different conflicts throughout the twentieth century have produced different results. When these conflicts have affected well-formed, fully-fledged national societies, such as the European ones, a lasting peace could follow the end of war; conversely, should the strife tear up national cohesion, which happened in Africa, positive outcomes are not so easy to spot. The African Union, for instance, is rather a collective answer to dire instability than a benefit from those conflicts. 


Beyond political instability, conflicts in Africa also left a dark legacy of lack of infrastructure and undedevelopment. Eventually, Africa might finally overcome the challenges derived from the twetieth-century conflicts. Some countries such as South Africa and Nigeria have achieved stability and have prospered. Nonetheless, the healing of the African wounds will be a substantially different process than that of the Europeans."

Organização e desenvolvimento de ideias: 15/20 
Qualidade de linguagem: 6,5/10
Correção gramatical: 2/20


Comentários do autor: Observações do primeiro examinador (conteúdo): “Well thought of comparison – Europe x Africa. Sound structure and development of ideas”. Dois pontos a menos em gramática, a redação sequer teria sido corrigida. Cometi erros diversos, variados e sortidos, de colocação, de escolha vocabular, de ortografia. Creio que o conteúdo salvou a redação. Sugestão aos candidatos: preocupem- se com a gramática, ela é fundamental; mas não descuidem do conteúdo, ele pode salvar sua prova.

FONTE: Guia Calango Lumbrera - Turma IRB 2014 

domingo, 25 de outubro de 2015

Exportações do Brasil para o Mercosul caem 15% em 2015




























Folha SP
25 out 2015

O Brasil está amargando queda nas vendas para todos os parceiros do Mercosul neste ano. 

Na última década isso só ocorreu em 2009, quando os países sofriam os efeitos da crise global. 

Os números indicam que o problema do Brasil na região não é mais apenas a Argentina, cuja redução nos pedidos em 2014 representou um duro golpe ao comércio exterior do país, respondendo por quase um terço da diminuição das vendas brasileiras. 

O fracasso na exportação neste ano generalizou-se no bloco (veja quadro abaixo) e a queda nas vendas para o Mercosul é de 15% de janeiro a setembro. 

As exportações para o mercado venezuelano caíram 29%. Foram US$ 830 milhões a menos em receitas para os exportadores brasileiros. Em termos percentuais, foi a retração mais expressiva entre os parceiros do Mercosul. 




























Os frigoríficos foram os mais afetados. As vendas de carnes bovina e de frango, os produtos mais vendidos aos venezuelanos, despencaram mais de 30%. 

O resultado das vendas para a Venezuela chama atenção, pois, depois da Argentina, é o principal freguês no Mercosul das exportações brasileiras - no total geral, ocupa o 11o lugar. Os argentinos são os terceiros, atrás de China e Estados Unidos.

"Temos, por um lado, a Venezuela com uma recessão aguda. De outro, a Argentina com uma situação econômica frágil e insistindo em barreiras aos produtos brasileiros", diz Lucas Ferraz, professor da FGV e especialista em comércio internacional. 



O FMI (Fundo Monetário Internacional) projeta queda de 10% no PIB da Venezuela em 2015. Para a Argentina, a previsão é de alta de 0,4%. Mas, com baixas reservas de dólar, o país segue fechando as portas aos bens estrangeiros.   

Pelos cálculos argentinos, o país importou até setembro 10% a menos do Brasil ante igual período de 2014. A queda foi similar à redução média das compras dos argentinos no período, o que significou menos US$ 1,2 bilhão em receitas aos brasileiros. 

A importação de produtos da China, porém, aumentou 6% no período, o que indica nova perda de espaço na Argentina para o país asiático. 



O fim das declarações juramentadas, com as quais o governo argentino trava a liberação da compra por importadores, ajudaria a impulsionar as vendas num momento em que a alta do dólar dá competitividade aos bens brasileiros.  

O candidato governista à sucessão presidencial na Argentina, Daniel Scioli, afirmou que, caso eleito, se empenhará na aproximação comercial com o Brasil. Ele lidera as pesquisas para as eleições deste domingo (25). 

Paraguai e Uruguai, apesar do peso menor nas exportações totais, também contribuem para a queda nas vendas no bloco. No Paraguai (redução de 24% na exportação brasileira), as vendas de diesel encolheram. No Uruguai (queda de 7%), caíram especialmente os embarques de automóveis e carne suína.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Mercosul continua como "parceiro estratégico" e neste ano houve ações como a renovação de acordos automotivos com Argentina e Uruguai e missão comercial para Paraguai. 

fonte: Folha SP

domingo, 11 de outubro de 2015

Acordo Comercial Brasil Colômbia

























Brasil e Colômbia fecham acordo no setor automotivo

Com a medida, imposto de importação entre os países será zerado.
Acordo vale por 8 anos, mas pode ser prorrogado.


G1 Globo
9 outubro 2015

Brasil e Colômbia assinaram nesta sexta-feira (9) acordos para aumentar o comércio e os investimentos entre os dois países, incluindo no setor automotivo, que permitirão reduzir, ao menos em parte, o impacto da desaceleração de suas economias devido à queda dos preços das commodities.

Com a medida, o imposto de importação para veículos de passeio e comerciais leves entre os países será zerado. No primeiro ano, a cota nestas condições será de 12 mil unidades. No segundo, o número sobe para 25 mil, e a partir do terceiro, será de 50 mil unidades.
De acordo com uma nota, divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a partir do ano que vem, devem começar novas negociações, desta vez para zerar as alíquotas de caminhões e ônibus.
Os pactos foram finalizados pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e a presidente Dilma Rousseff, durante sua primeira visita de Estado ao país vizinho.
"O memorando de entendimento sobre o setor automotivo que foi assinado vai desenvolver a indústria automobilística e os setores associados", disse Dilma em discurso, sem fornecer detalhes do acordo.
Santos afirmou que trata-se de um acordo para facilitar as exportações da indústria automotiva de ambos os países, o que vai contribuir para geração de empregos e aumento do intercâmbio comercial.
Brasil e Colômbia, que compartilham uma fronteira de 1.645 quilômetros, registraram no ano passado comércio bilateral de US$ 4,1 bilhões de dólares, o equivalente a R$ 15,3 bilhões, um aumento de 165% em comparação com 2005.
"Nesse momento de dificuldades econômicas no nível mundial, tudo o que pudermos fazer para intensificar a integração comercial e os investimentos entre Brasil e Colômbia é muito importante", disse Santos.
Os dois países se comprometeram a iniciar a negociação de um acordo para proteger os investimentos e evitar a dupla tributação, e assinaram memorandos de cooperação e facilitação de investimentos, assim como acordos nas áreas de educação, assuntos indígenas na região de fronteira, agricultura, tecnologia da informação e intercâmbio de informação policial, entre outros.
Dilma também se comprometeu a apoiar o período pós-conflito nos temas de agricultura e infraestrutura na Colômbia, depois que for concluído um acordo com a guerrilha Farc para dar fim a um conflito armado de mais de meio século no país.
fonte: G1 Globo

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Parceria Transpacífico


























EUA e mais 11 países fecham maior acordo comercial regional da história

Folha SP
5 out 2015

Após oito anos de negociações, os Estados Unidos e mais 11 países fecharam nesta segunda-feira (5), em Atlanta, nos EUA, a Parceria Transpacífico, o maior acordo comercial regional na história.

A aproximação entre esses parceiros pode fazer com que o Brasil tenha mais trabalho em conseguir espaço para alguns de seus produtos em mercados importantes, como os EUA e Japão.

Discutido por cinco dias seguidos, o tratado abrangerá 40% da economia global, e inclui, além dos EUA, Chile Canadá, Japão e Austrália. O texto final deve ser disponibilizado dentro de um mês, informou o jornal americano "The New York Times". 

Além da derrubada de barreiras tarifárias entre os países, o tratado prevê regras uniformes de propriedade intelectual e ações conjuntas contra o tráfico de animais selvagens e outras formas de crimes ambientais. Com isso, tem o potencial de influenciar desde o preço do queijo ao custo de tratamentos de câncer. 

O acordo ainda deve passar por discussão no Congresso americano e Parlamentos dos outros países envolvidos. Caso seja aprovado, pode vir a ser uma das maiores conquistas do governo do presidente Barak Obama e deve ajudar a contrabalançar a influência chinesa sobre o comércio no Pacífico.

A rodada final de negociações em Atlanta, que começou na quarta-feira, tem se debruçado sobre a questão de quanto tempo de duração deve ser permitido para o período de monopólio de novos medicamentos de biotecnologia, até que os Estados Unidos e a Austrália negociem um acordo.

Também estiveram em pauta a derrubada de barreiras nos mercados de laticínios e açúcar e a queda gradual, ao longo de três décadas, de impostos de importação de carros japoneses vendidos na América do Norte. 

Exportações Brasileiras

A Austrália receberá uma cota adicional de 65 mil toneladas anuais para exportação de açúcar para os Estados Unidos sob o Acordo Transpacífico fechado nesta segunda-feira, disse à agência de notícias Reuters uma autoridade australiana com conhecimento das negociações. 

Com isso, o produto brasileiro pode vir a ter mais trabalho para encontrar espaço no mercado americano.

O volume soma-se às 87,4 mil toneladas já destinadas à Austrália, sob o regime de tarifas vigente para o ano comercial que começou em 1 de outubro.

A Austrália poderá enviar 400 mil toneladas de açúcar para os EUA anualmente até 2019, no cenário mais otimista, disse a fonte.

Sob os termos do acordo, a Austrália também receberá 23% da cota arbitrária, que é baseada na demanda norte-americana sob regime de tarifas, disse a autoridade. O percentual compara-se aos atuais 8%. 

fonte: Folha de SP        
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