domingo, 30 de abril de 2017

Brazil reducing Key Posts

















Brazil's Ministry of Foreign Affairs to Shut Down Key Posts

Folha SP Internacional
march 2017

Brazil's minister of foreign affairs initiated a process that will reduce the number of diplomats occupying so-called A posts, which are more coveted and expensive than the rest, such as the embassies in New York, London and Paris.
A memo addressed to embassies considered to have sufficient or even excessive diplomats working for them was sent out on Monday (27).
In it, the minister requests a report on all the employees working at each of these places, along with a detailed description of their duties.
Itamaraty, Brazil's ministry of foreign affairs, will use these reports to determine where cuts will be implemented.
According to the minister, too many diplomats are occupying positions at coveted embassies, while several so-called D posts, which are considered the hardest to manage, have many vacancies.
Such is the case of the Brazilian embassies in Freetown, the capital of Serra Leoa (Africa), Baghdad, in Iraq, and Pyongyang, in North Korea.
Upon taking office, the former foreign affairs minister José Serra requested that a study be conducted to look into the cost and performance of diplomatic posts that were inaugurated under the Lula administration (2003 - 2010) as well as the Dilma administration (2011 - 2016) so as to determine whether any of them should be shut down.
The embassies that were targeted were the ones that were created in recent years in Africa and in the Caribbean.
The creation of embassies and posts in poor countries - most of which were opened in Africa and the Caribbean - was one of Lula's trademarks.
Lula himself inaugurated 17 embassies and traveled to African countries on numerous occasions.
However, shutting down embassies also produces huge costs due to labor lawsuits and contract terminations, not to mention political costs.
Folha discovered that the plan to shut down diplomatic posts is being carried out slowly.
Diminishing the number of diplomats occupying A posts would be another way of making budget cuts in the ministry.
However, according to the ministry itself, these cuts have nothing to do with balancing the books, rather they are a form of balancing the number of diplomats both in Brazil and abroad.
Brasília has 70 vacant diplomatic posts, while filling D posts has been a chronic problem.
According to the current rules, if a diplomat has spent 3 years at an A post, such as Madrid, and another three years at a B post, such as Ljubljana (the capital of Slovenia), the diplomat may apply for a C post.
However, according to the new rules, that same diplomat would be forced to occupy a D post or return to Brasília.
This new rule was not well-received by diplomats, who consider it a form of prohibiting professionals from occupying the most coveted posts.
According to the ministry, diplomats will not be forced to leave an A post before completing the normal period of time - which can last up to three years.
Changing such norms is a process that will take at least a couple of years to be implemented.

sábado, 22 de abril de 2017

PEB na era Temer


























A política externa brasileira está à altura dos desafios da Era Trump?

Carta Capital
20 abr 2017
Rafael R. Ioris - Grupo de Reflexão sobre Relações Internacionais

A eleição de Donald Trump nos EUA redefiniu, em grande parte, o cenário internacional no qual teremos que agir durante os próximos anos; abrindo, por um lado, enormes desafios, assim como oportunidades para a ação.
Saberemos responder de forma corajosa e responsável aos novos dilemas globais em ascensão? Nosso passado recente nos oferece, ao mesmo tempo, esperanças e preocupações.
Lembremos que embora o ambiente doméstico tenha clivado as forças políticas brasileiras desde meados dos anos 1990 em duas grandes frentes alinhadas ao redor do PSDB e PT, na área da política externa podemos identificar uma linha de continuidade em muitos dos projetos implementados pelos presidentes dos respectivos partidos, FHC e Lula, maior do que muitos gostariam de acreditar.
E ainda que o primeiro tivesse uma visão mais conformista do processo de globalização do que o segundo, ambos os líderes aprofundaram o recurso da diplomacia presidencial, deram atenção especial para o contexto sul-americano, reforçaram a demanda por reformas e democratização das agências internacionais de coordenação global, e continuaram a agir por meios multilaterais para promover os interesses nacionais.
Apesar dessas semelhanças, que em certo grau refletiam uma maior maturidade da cultural política nacional, é inquestionável que com Lula, esses e muitos outros projetos, especialmente de natureza econômica, assumiram patamares sem precedentes, vindo a colocar o país de maneira histórica na liderança dos rumos mundiais na primeira década do século XXI.
O Brasil assumiu então um papel central junto aos BRICS, assim como uma liderança ímpar entre os países em desenvolvimento, especialmente no G-20, onde agiu decisivamente nas discussões sobre alternativas mais inclusivas para os rumos futuros da globalização.
E ainda que muitos tenham tentado projetar na política externa lulista um viés de radicalismo ideológico, certamente não existente, a ampliação de parceiros comerciais ao redor do mundo (sem romper com aliados tradicionais, haja vista, por exemplo, a produtiva relação estabelecida por Lula com George W. Bush), o aprofundamento de projetos múltiplos de cooperação e a amplificação da agenda por formas mais democráticas de coordenação da governança global ajudaram a garantir um lugar de extraordinária relevância para o Brasil no sistema mundial.
A despeito de todas essas conquistas, o governo Dilma infelizmente não mais considerou a política externa como um meio central de promoção dos interesses de um país em ascensão.
Ainda assim, se comparado com os rumos atuais vindo da Casa de Rio Branco, onde há cerca de um ano o PSDB assumiu o controle, em aliança com o governo interino de Michel Temer, Dilma pelo menos não buscou (como agora está sendo encaminhado) reverter os rumos de uma política externa de viés desenvolvimentista para retomar um foco de alinhamento estreito com as grandes potências, os EUA em particular.
Da mesma forma, a gestão Temer/Aloysio parece buscar avançar uma agenda comercial de forte matriz neoliberal, paradoxalmente quando os ventos mundiais se mostram cada vez menos propícios para tal curso de ação, devendo, portanto, ser vista como anacrônica e equivocada.
Lembremos que sob Trump, os EUA passam cada vez mais, e de uma maneira radical, para os parâmetros de superpotência desde a Segunda Guerra, a se fechar e mostrar mais claramente seu lado unilateralista.
Como contraponto, alguns têm apontado que talvez a China pudesse assumir um papel de maior relevância na América Latina. Dado o cada vez maior peso do dragão chinês no crescimento econômico regional, é plausível que a tendência dos últimos 15 anos continue.
Contudo, seria prematuro presumir que um engajamento mais amplo entre Brasil e China possa, no curto prazo, substituir de maneira efetiva o tradicional papel dos EUA. Da mesma forma, a profunda crise que atravessa a União Europeia não parece ser o cenário ideal para um aprofundamento com o bloco, a despeito das recentes sinalizações do atual chanceler nesse sentido.
Dentro do conturbado cenário mundial atual, onde presenciamos a erosão da ordem multilateral criada no pós-guerra, em que área a política externa brasileira poderia encontrar mais espaço para ação? Na minha visão, na América Latina senão, pelo menos, na América do Sul.
Lembremos que foi exatamente nessa última que o Brasil conseguiu desempenhar um papel central na manutenção do equilíbrio regional, especialmente no que se refere a situação de crise continuada na Venezuela.
Essa atuação chegou mesmo a ser vista como necessária e útil pelo próprio EUA, em diferentes ocasiões, inclusive durante o belicoso governo de George W. Bush.
Contudo, para ser, de fato, profícua e duradoura, para além da agenda comercial, seria necessário também que tivéssemos uma maior aproximação em áreas estratégicas, políticas e mesmo sociais.
Temas iniciais que poderiam servir como eixos para esse tipo de alinhamento incluiriam a deterioração da segurança regional, especialmente no que se refere ao controle do narcotráfico, tráfico de armas e migração transfronteiriça.
E ainda que a inércia nacionalista da região sempre esteja presente, a urgência destas e outras questões talvez possa inspirar um maior diálogo e mesmo a elaboração de novos e maiores projetos em comum, seja na América do Sul, ou mesmo na região com um todo.
Contudo, levando-se em consideração o viés mercadista e anti-regional demonstrado pelos atuais dirigentes do Itamaraty e Planalto, é difícil ter a visão otimista de que estaremos à altura do que seria necessário para uma atuação como líderes regionais.
Isso é lamentável, em particular dado o crescente desprezo e agressividade dos EUA no hemisfério ao longo dos últimos anos – como, por exemplo, em sua reiterada chancela ou apoio tácito ao ressurgimento, muitas vezes ilegal, da direita e extrema direita na região, seja em Honduras, no Paraguai, ou mesmo no Brasil.
Agravando ainda mais as limitações (estas, sim, de viés ideológico), dos atuais dirigentes da nossa diplomacia, lembremos a profunda crise da ordem liberal pela qual o mundo inteiro está atravessando.
É possível que estejamos presenciando hoje um momento de mudança paradigmática rumo a algo diferente da ordem liberal pós-segunda guerra, onde os EUA expressariam, na visão de alguns, os estertores de seu iminente declínio.
Seja esse o cenário, o Brasil e América Latina deveriam buscar estar diretamente envolvidos na reorientação das normas e instituições globais – papel que a orientação pró-sistêmica do atual governo não o qualifica como sendo capaz de exercer.
De maneira alternativa, se estivermos atravessando uma espécie de ajuste, ainda incerto, dessa mesma ordem, nossa capacidade de influência, em um momento de recrudescimento da retórica liberal, estaria diminuída mas seria ainda assim, ou talvez por isso mesmo, essencial.
O mundo vive hoje um momento de grandes desafios que requerem, portanto, alto grau de criatividade e ousadia de seus dirigentes, nacionais e globais.
A forma como responderemos, por meio de nossa política externa, à alta turbulência dos dias atuais ajudará a definir os rumos e o caráter do nosso projeto de nação. Espero que possamos estar à altura da tarefa que nos cabe.
Rafael Ioris é professor de História e Política Latino-americana da Universidade de Denver e integrante do Grupo de Reflexão sobre Relações Internacionais/GR-RI.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

A cure for Latin America violence



















There’s a cure for Latin America’s murder epidemic – and it doesn’t involve more police or prisons


this article is part of the World Economic Forum on Latin America 2017

by Ilona Szabó de CarvalhoExecutive-director
     Robert MuggahResearch Director  
     Igarapé Institute


San Salvador is confronting a murder epidemic. The city is the world’s murder capital for the second year in a row. The homicide rate reached 136.7 per 100,000 residents in 2016 – at least 17 times the global average. Although registering a decline in murder compared to the previous year, El Salvador’s capital still beat out Venezuela’s capital, Caracas, and San Pedro Sula in Honduras for the world’s top spot.

Salvadorans, Venezuelans and Hondurans are not the only Latin Americans preoccupied by runaway murder rates. Notwithstanding recent improvements in public safety, Colombians still suffer from some of the highest absolute numbers of murder on the planet. Brazil features the planet’s highest homicide toll – almost 60,000 assassinations a year. And at least a third of Central and South Americans know someone who’s been shot dead in the past 12 months.

Across Latin America, death stalks the young. Every 15 minutes a young Latin American – usually a poor young man – is murdered. Latin America has long been the world’s most murderous part of the world, experiencing some 2.5 million homicides since 2000. At least 75% of these were committed with firearms, far above the global average. 

Paradoxically, violence has worsened despite far-reaching gains in poverty reduction, education, health and overall living standards.

As global murder rates fall, Latin America’s rise

Latin America’s homicides are rising at a time when murder is declining virtually everywhere else. Today, the regional murder rate stands at roughly 22 per 100,000 people: it will increase to 35 per 100,000 by 2030 if trends continue uninterrupted. There is no other region that comes even close to matching these rates.















While most Latin Americans are concerned about rising crime, seven countries stand out: Brazil, Colombia, El Salvador, Guatemala, Honduras, Mexico and Venezuela. Together, they generate one-quarter of all intentional murders around the world each year. An astonishing 44 of the 50 most homicidal countries and 23 of the 25 most murderous cities in the world are currently located in Latin America.


































Life is cheap


Part of the reason for the persistently high rates of crime in Latin America is that homicides are seldom solved or result in a conviction. In North America and Europe, roughly 80% of all homicides are resolved. Yet in many Latin American countries, the percentage falls to roughly 20%. In Brazil, Colombia, Honduras and Venezuela, less than 10% of murders result in a murder.

As a result, people’s faith in the policing and criminal justice system has plummeted. In Latin America, life is cheap because the cost of murder is so incredibly low. As people lose faith in law enforcement and the courts, they are more inclined to take justice into their own hands.

If there’s any good news it is that homicidal violence is not inevitable. There are examples across the region of countries and cities turning things around. Big cities like Bogota, São Paulo and Rio de Janeiro saw homicide rates decrease by 70% or more over the past decade.


Civic leaders – especially enlightened mayors – were at the forefront of this 
revolution. Mayors in Bogota, Cali, and Medellin combined visionary planning
and clear targets with hot spot policing and welfare programmes focused on neighbourhoods with high levels of social disorganization and at-risk young people.

The high cost of violence

Steady declines in murder are not only feasible, they are fundamental. The cost of criminal violence to Latin American economies is far-reaching, amounting to 3.5% of the region’s GDP, or up to $261 billion a year. This translates into roughly $300 per person.

















The consequences of unproductive spending on public security and lost productivity associated with premature deaths are dragging back economies that have made real gains since the dark autocratic years of the 1960-80s. High rates of murder are also undermining social capital and social cohesion: there is an unacceptable tolerance for homicide among large swathes of the population.
























Put simply, investments in public security across Latin America are inefficient and often focused on all the wrong areas.

Where to invest to make a difference

How have Latin American governments attempted to deal with this problem so far? Most of them have ploughed more and more money into police forces, the judiciary and prisons. According to a recent study, Latin American governments spent between $55 and $70 billion on public security. That’s on average a third of the amount spent on health and education across the region.

This approach is extremely expensive. Take the example of prisons. Prisons costs are rising because of the expansion of mass incarceration across the region. The prison population rose from 101.2 inmates per 100,000 in 1995 to 218.5 per 100,000 by 2012 – an increase of 116%.

Over the same period expenditures on prisons increased from $4.3 billion in 2010 to $7.8 billion in 2014. Meanwhile the costs of incarceration also increased from roughly $5.8 billion in 2010 to more than $8.4 billion in 2014 – a 45% increase. Taken together, the overall losses are on average $13.8 billion a year to the region, or 0.39% of GDP.

Not only is this approach costly, there´s painfully little evidence that it works. While spending on health and education is positively correlated with improved wellbeing and literacy outcomes in most Latin American countries, we have yet to see similar gains in public security and safety.

What does all this mean? For one, it means that throwing more police and prisons at the problem isn’t working. The status quo is unacceptable and bold solutions are urgently required.

Smarter solutions for a safer region

So what if Latin American governments and societies committed to a 50% reduction in homicide over the next decade? This amounts to year-on-year declines of just 7.5%, well within the realm of possibility. The savings would be considerable, starting with roughly 365,000 lives that would otherwise be lost. The material dividends would also be substantial.

Halving homicide is precisely the goal of a new campaign being launched by more than 20 organizations across Latin America. Achieving this goal will require that Latin American governments invest in a few commonsense strategies.

At a minimum, governments, business and civil society groups need to adopt evidence-based strategies and data-driven interventions, focusing on hot spots and hot people

After all, violent crime is often “sticky” and tends to concentrate quite reliably in very specific neighbourhoods, among poorer, less educated and younger people, and at certain times of the day.

Prevention and reduction efforts must also be guided by hard targets that set murder reduction as an explicit goal, not a hopeful by-product. While requiring political courage, the rewards are considerable.

If reductions in murder are to be sustained, a concerted effort is needed to repair tattered police-community relations in the most violence-affected settings. Neighbourhoods exhibiting the highest homicide rates are also typically those registering the lowest trust in the police.

Problem-oriented policing has an especially positive track-record, especially when it comes to tackling gang-related murder and intentional homicide. Improvements in investigation and prosecution of homicides are also central to restoring law and order.

Finally, Latin American governments need to double down on prevention. Age and educational attainment are key factors shaping vulnerability to both perpetrating and being a victim of homicide. Access to – and retention of – sustained income is also an important deterrent to criminal involvement.

In Medellín, a 1% increase in permanent income generates a 0.4% reduction in homicide. Investment in positive early childhood development, parenting skills, youth employment (especially for young offenders), mentorship and life-skills training are cost-effective and have multiple positive impacts.

We know the cure – it’s time for Latin Americans to take the medicine.

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