Após a Segunda Guerra Mundial a Europa estava destruída. Tanto Alemanha vencida quanto Reino Unido e França vencedores haviam perdido muito.
A Europa por longo período havia sido o centro do mundo, mas agora vivia a decadência de suas potências frente às novas forças dominantes dos Estados Unidos (EUA) e União Soviética (URSS).
O momento era de reconstrução e foram instituídos planos e organizações com o objetivo de gerar as condições para que os projetos fossem iniciados.
Antes mesmo do final da guerra já havia uma mobilização internacional voltada à reconstrução mundial e em especial à reconstrução da Europa.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) foi concebido na Conferência de Bretton Woods em 1944, sendo formalmente criado no final de 1945, com o objetivo principal de ajudar a reconstrução do sistema financeiro internacional.
Da mesma forma, a Organização das Nações Unidas (ONU) foi criada em 1945 tendo como objetivo estabelecer as bases para manutenção da paz mundial com desenvolvimento econômico, direitos humanos, segurança e progresso social.
No entanto, as já evidentes tensões entre os EUA e a URSS representavam um risco adicional à reconstrução e segurança da Europa.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) foi criada em 1949 por países da Europa ocidental e da América do Norte, sob a liderança dos EUA, com o objetivo de defesa dos Estados-membros de eventuais ataques externos à organização.
De outro lado, os países do leste europeu, sob a liderança da URSS, criaram o chamado Pacto de Varsóvia, com objetivo semelhante ao da OTAN.
A Europa encontra-se assim "espremida" entre os dois blocos antagônicos da Guerra Fria, preocupada com sua reconstrução, preocupada com sua segurança e com os fantasmas da guerra recente.
Além disso, os ressentimentos e as desconfianças dificultavam uma reconciliação e uma ação conjunta para a reconstrução.
Neste contexto, o ministro das relações exteriores da França, Robert Shuman, lança em 1950 proposta de criação de uma organização européia para administrar a produção de aço e carvão. O objetivo era controlar as principais matérias-primas bélicas através de um órgão supranacional e assim dificultar a possibilidade de novos conflitos.
Em 1951 foi criada a Comunidade Européia de Carvão e Aço (CECA) tendo como países membros a Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Países Baixos (conhecidos como a Europa dos Seis). A CECA foi considerada o primeiro passo para a criação da União Européia.
Em 1952 foi criada a Comunidade Européia de Defesa (CED) e, em 1957, os países da Europa dos Seis assinaram o Tratado de Roma constituindo a Comunidade Econômica Européia (CEE), avançando na cooperação social, econômica e política.
Em 1986 foi assinado o Ato Único Europeu, fixando a consolidação do Mercado Comum Europeu em 1993.
Em 1992 foi assinado o Tratado de Maastrich definindo uma nova estrutura institucional para o Mercado Comum, criando o Banco Europeu e a cidadania européia. Foi também estabelecida a criação da moeda única, o Euro, a ser introduzida até 1999. O Euro passou a ser moeda oficial circulante e em substituição às moedas nacionais em 2002.
Atualmente a União Européia passa por nova fase de expansão com a entrada de países do leste europeu.
A atual crise da Ukrânia está diretamente ligada ao alargamento da zona do euro e a preocupação da Rússia sobre a manutenção de sua influência regional.
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Estudos CACD Missão Diplomática - Política Internacional Aula Resumo 04 - Política Externa União Européia from missaodiplomatica
Fontes: 1 Manual do Candidato (FUNAG) Política Internacional - 2012
2 Guias de estudos IRB
3 Eric Hobsbawn - Era dos Extremos
4 Henry Kissinger - Diplomacy
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