segunda-feira, 7 de abril de 2014

História da Geografia

A Missão Diplomática está somente no começo. Estamos  começando a engatinhar neste desafio e portanto os primeiros posts serão uma introdução a cada tema. 

Mais uma vez não me proponho a esgotar o assunto - mas sim dar um pontapé inicial para a história da Geografia (mais uma vez matéria que nunca tive contato).

E como promessa é dívida, mais uma vez estou aqui prometendo em futuro (bem) próximo postar fichamentos e resumos mais profundos sobre cada assunto, tendo como foco a preparação para a 3a etapa do concurso. 


Como sempre as sugestões e críticas serão bem vindas e nos ajudarão a construir uma base de conhecimento confiável para consultas rápidas e organizadas.


Grande abraço  !



1 Expansão Neocolonial e pensamento geográfico
. Imperialismo Europeu no final do sec. XIX
. Legitimação do saber geográfico
. Luta entre potências por zonas de influências
. Tradição geográfica como inventário de terras e povos
. Pesquisas científicas de Alexander von Humbold (1769/1859)
. Conferência Internacional de Geografia (Rei Leopoldo da Bélgica em 1876) – África a ser conquistada


2 Geografia moderna e a questão nacional na Europa
. Geografia como saber estratégico
. Superação da fragmentação feudal – consolidação dos Estados
. Estudos de Karl Ritter (1779/1859) – relações entre o destino dos povos e o seu ambiente
. Estudos de Friedrich Ratzel (1844/1904) 

. Estudos de Vidal de la Blache (1845/1918) – a ação do homem na modelagem das regiões geográficas

3 Principais correntes metodológicas
. Inicialmente Geografia como disciplina escolar
. Vidal de la Blache – caráter metodológico para a chamada Moderna Geografia
. Influência do Darwinismo reforçou caráter ambientalista da Geografia
. Determinismo: o homem é um produto do meio ambiente
. Possibilismo : o homem é agente ativo e escolhe as melhores possibilidades para sua sobrevivência
. Aproximação da Geografia com as ciências sociais e a Economia
. New Geography: metodologias estatísticas (Geografia pragmática, Quantitativa)
. Geografia Crítica: mais engajada com princípios sociais, menos neutra, surgimento das preocupações com Ecologia

4 Determinismo Ambiental de Ratzel (wikipedia adaptado)

Ratzel foi considerado um determinista geográfico mas ele deixou claro no início do seu livro Antropogeografia ser contra o determinismo simplista. 

Já na Antiguidade procurava-se explicar as diferenças entre os povos com base em raciocínios deterministas acerca das influências naturais sobre a fisiologia humana, sobre o “caráter” de cada povo ou ainda sobre as formas de organização política. 

A ideia popular de que certos grupos nacionais ou regionais seriam preguiçosos devido aos efeitos do clima quente sobre a disposição física das pessoas exemplifica esse tipo de raciocínio, pois expressa uma relação direta de causa e efeito entre clima e comportamento. 

Em Ratzel, porém, a adaptação do homem ao ambiente é entendida sob a ótica da utilização de recursos naturais para a reprodução dos elementos materiais da cultura, o que muda completamente o sentido da interpretação. Esse autor entendia que o ambiente interfere no desenvolvimento de uma sociedade na medida em que pode oferecer melhor ou pior acesso aos recursos, atuando assim como estímulo ou obstáculo ao progresso. As leis que governam a história humana são produtos de um processo dinâmico e permanente de adaptação ao ambiente, e não um resultado direto da ação de fatores naturais, como o clima ou o relevo, sobre os homens .
Com respeito à obra Geografia Política, muito "mais do que uma crítica "possibilista" ao "determinismo" de Ratzel, trata-se de uma perspectiva epistemológica ampla, que defende a não fragmentação da Geografia, nem em termos de valorização de ramos específicos (seja a geografia física, seja a geografia política), nem em termos de ênfase a uma escala prioritária (como a do Estado). 
Esse e outros estudos de Ratzel sobre o tema das relações entre espaço e poder deram origem à geografia política como ramo de estudos da geografia e também da ciência política.

5 Escola Francesa (wikipedia adaptado) e Possibilismo (wikipedia adaptado)


Vidal de la Blache é o fundador da École française de géographie e também fundou, juntamente com Lucien Gallois, a "Annales de Géographie" (1893), da qual la Blache foi editor até sua morte. "Annales de Géographie" se tornaram um influente periódico acadêmico, promovendo o conceito de geografia humana como o estudo do homem e sua relação com o meio ambiente.
Foi influenciado pelas idéias da Geografia Alemã, principalmente por Friedrich Ratzel. Vidal de la Blache produziu um grande número de publicações, tendo escrito 21 livros. Para La Blache, um Estado deve planejar a apropriação de espaço geográfico considerando e conhecendo todas as características naturais e humanas de seu território. 
Defendia que o homem pode interferir, modificar a natureza e vencer os obstáculos impostos pelas condições naturais em determinadas regiões como, por exemplo, uma cordilheira de montanhas, um deserto, um solo pobre, etc. Suas idéias dizem que qualquer Estado soberano possui possibilidades para alcançar um nível de desenvolvimento econômico, social, tecnológico e político a ponto de melhorar satisfatoriamente a vida do seu povo ou da sua nação. Portanto, cabe ao Estado impor seu poder sobre o território.
Ao escrever sobre esses assuntos, La Blache e outros geógrafos franceses criticaram Ratzel por supostamente trabalhar com o determinismo ambiental, isto é, com a tese de que a natureza determinava as condições sociais, econômicas e tecnológicas de um povo. Por afirmar que as relações homem-natureza são historicamente contingentes, e não determinadas de forma causal, e por sustentar que a natureza oferece aos grupos humanos apenas um conjunto de possibilidades de transformação das paisagens, La Blache é considerado o fundador da escola possibilista de geografia.
Possibilismo
école française de géographie, conhecida também como escola "possibilista", acreditava na possibilidade de haver influências recíprocas entre o homem e o meio natural. Ela traz o termo Possibilismo, que foi elaborado pelo historiador Lucien Febvre para diferenciar a geografia francesa dos trabalhos influenciados pelo determinismo ambiental, da escola alemã. Assim, o termo passou a designar uma escola de pensamento geográfico que encara o ambiente natural (muitas vezes referido como Natureza) como um mero fornecedor de possibilidades para a modificação humana, não determinando a evolução das sociedades, sendo o homem o principal agente geográfico. 
Como corolário, o gênero de vida não é uma consequência inevitável das condições ambientais, mas um acervo de técnicas, hábitos e instituições que permitem a um grupo social utilizar os recursos naturais disponíveis. O primeiro a elaborar essa concepção das relações homem-natureza foi Paul Vidal de la Blache, de quem Febvre foi aluno.
Mesmo que admita a influência do meio sobre o homem, a escola possibilista afirma que o homem, como ser racional, é um elemento ativo e, portanto, tem condições de modificar o meio natural e adaptá-lo segundo suas necessidades.

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