quarta-feira, 30 de abril de 2014

Diplomacia Pública: Diálogo estratégico global Brasil-China










Diálogo estratégico global Brasil-China

Diplomacia Pública . 25 abr 2014

No ano em que se comemoram os 40 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre o Brasil e a China, o Ministro dos Negócios Estrangeiros Wang Yi visitou o Brasil para, juntamente com o Ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, presidir, no dia 25 de abril, a sessão inaugural do Diálogo Estratégico Global Brasil-China.


Além de discutir temas da agenda global e bilateral, os Ministros trataram da preparação da visita de Estado do Presidente Xi Jinping a Brasília e da VI Cúpula do BRICS, em Fortaleza.
A inauguração do Diálogo Estratégico Global representa uma nova etapa para uma relação bilateral que, desde 1993, foi reconhecida pelos dois parceiros como estratégica.
Os 40 anos de relações diplomáticas foram marcados por importantes iniciativas no campo
da cooperação estratégica em tecnologia, entre as quais se destaca o CBERS (Satélite de Recursos Terrestres Brasil-China ou, em inglês, China-Brazil Earth Resources Satellite), que lançará seu quinto satélite ainda este ano – programa que, à época do seu lançamento, em 1988, representou uma parceria em alta tecnologia pioneira entre países em desenvolvimento.
Estão em curso, igualmente, importantes projetos conjuntos em áreas como nanotecnologia, biocombustíveis e satélites meteorológicos, muitas das quais envolvem a cooperação direta entre instituições de pesquisa dos dois países: em 2009, por exemplo, a Coppe/UFRJ e a Universidade de Tsinghua estabeleceram o Centro China-Brasil de Mudanças Climáticas, com sede em Pequim e uma unidade funcionando no Rio de Janeiro; graças a um Memorando de Entendimento assinado em 2010, a EMBRAPA opera na China e sua contraparte, a Academia Chinesa de Ciências Agrárias, está presente no Brasil.
Nas relações econômicas verifica-se um dinamismo equivalente. Em 2009, a China tornou-se o principal parceiro comercial individual do Brasil, e tem no país o quarto principal destino de seus investimentos externos. 
O portfólio de inversões se estende por ramos tão diversos quanto veículos (leves e pesados), tecnologia da informação e comunicação e serviços (de bancos a serviços aéreos). Da parte do Brasil, empresas de peso, como Embraer, Vale, Weg, Embraco, Brfoods e Votorantim, entre outras, têm atuação marcante na China.
As iniciativas estratégicas diversificadas e as densas relações econômicas bilaterais se refletem em visões comuns sobre os principais temas da agenda internacional, e, sobretudo a respeito da forma como os diversos mecanismos de governança global devem se adaptar à realidade contemporânea. 
Brasil e China coordenam sua atuação nos grandes organismos e foros internacionais e nas discussões sobre o funcionamento desses órgãos: na ONU, insistem na prevalência do multilateralismo e da resolução pacífica de conflitos; no G20, trabalham para adaptar os processos decisórios no FMI e no Banco Mundial; finalmente ambos os países participam ativamente das discussões da Agenda de Desenvolvimento Pós-2015. 
Os dois países participam, ademais, de importantes mecanismos de concertação plurilateral, tais como BRICS (foro que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e BASIC (no qual Brasil, África do Sul, Índia e China coordenam posições para as discussões de mudança do clima).
No âmbito institucional, o Diálogo Global vem somar-se a diversos outros mecanismos de concertação bilateral, tais como a COSBAN (Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação), que reúne o Vice-Presidente da República e o Vice-Primeiro-Ministro do Conselho de Estado encarregado de temas econômicos e financeiros, e a planos plurianuais de cooperação, inclusive um plano decenal na área aeroespacial adotado em 2013.

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