domingo, 29 de junho de 2014

Plano Marshall

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, a Europa se encontra devastada pelos longos anos de conflito a que esteve  submetida. Era necessário, por um lado, reconstruir as economias nacionais, e, por outro lado, conter a ameça de expansão da influência soviética. 
Foi nesse contexto de reconstrução econômica e de início de tensões com a Guerra Fria, que foi lançado, em 1947, o Plano Marshall.
O Plano Marshall (oficialmente European Recovery Program, ou Programa de Recuperação Europeia) recebeu esse nome graças a seu idealizador, o general George Catlett Marshall, antigo Chefe do Estado-Maior do Exército dos EUA e, à época do lançamento do plano, secretário de Estado dos EUA do presidente Henry Truman. 
O plano foi um ambicioso projeto de empréstimos e doações financeiras realizados pelos EUA e seus capitalistas aos países europeus, concebido em um encontro dos Estados europeus em julho de 1947. 
A União Soviética e os países da Europa oriental também foram convidados, mas Stalin viu no plano uma ameaça e não permitiu a participação de nenhum país sob controle soviético. 
O plano permaneceu em operação por quatro anos fiscais a partir de julho de 1947. 
Durante esse período, algo em torno de US$ 13 bilhões de assistência técnica e econômica — equivalente a cerca de US$ 132 bilhões em 2006, ajustado pela inflação — foram entregues para ajudar na recuperação dos países europeus. 
Em 1948 foi criada a Organização Europeia para a Cooperação Econômico (OECE) com objetivo de gerir estes recursos no âmbito do Plano Marshall. 
A OECE, em 1961, foi estendida para países não europeus e deu origem à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômica (OCDE). 
Nos dias de hoje, o Plano Marshall é entendido como um dos primeiros elementos de integração européia, já que anulou barreiras comerciais e criou instituições para coordenar a economia em nível continental. 
Plano Marshal e a Guerra Fria
A União Soviética havia saído prestigiada do conflito mundial em decorrência da vitória sobre os nazistas, dos milhões de mortos que caíram em combate e dos ataques das tropas alemãs. 
Durante a década de 1930, quando grande parte da economia do mundo ocidental estava em profunda crise, iniciada em 1929, a economia planificada soviética alcançava níveis altíssimos de crescimento.
Países como a Itália, a França e os Partidos Comunistas alinhados a Moscou demonstravam bastante força. Na Alemanha destruída e dividida em duas zonas de influência, fazia-se necessária uma rápida ação para conter os soviéticos, que mantinham seus exércitos ainda mobilizados.
A solução pensada com o Plano Marshall era fazer uma campanha contra o comunismo a partir da reconstrução econômica dos países, reestruturando suas indústrias e aumentando rapidamente o nível de consumo de suas populações.
Ao lado da criação da OECE pelos europeus, os EUA criaram a Administração da Cooperação Econômica (Economic Cooperation Administration, ECA, na sigla em inglês.)
Com os créditos oriundos do Plano Marshal, foi possível a todos os países europeus ocidentais (exceto a Espanha de Franco e a Finlândia, vizinha da URSS) comprarem alimentos, produtos agrícolas, produtos industrializados e combustíveis, em sua maior parte dos EUA.
O Plano Marshall serviu ainda para a constituição do que viria a ser conhecido como o Estado de Bem-Estar Social, em que parte dos serviços necessários à população (saúde, educação, seguro-desemprego etc.) era oferecida pelo Estado. 
O chamado Wellfare State sintetiza as ideias econômicas de John Maynard Keynes que coloca o Estado como polarizador e indutor da economia.
Dessa forma, os capitalistas ocidentais enfrentavam a influência soviética com a melhoria das condições econômicas da população.
Por fim, o Plano Marshall representou um dos primeiros esforços no sentido da internacionalização dos capitais e dos capitalistas no mundo. 
Através de um plano econômico e social, as fronteiras nacionais foram superadas pelo capitalismo, que poucos anos antes foram motivo de um conflito bélico que resultou na marca de mais de 50 milhões de pessoas mortas.
             2  Deutsche Welle

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