terça-feira, 10 de junho de 2014

Escrever à mão é mais eficaz para aprender do que digitar

Em busca de comodidade, cada vez mais deixamos de lado papel e caneta e optamos por digitar. 

Para muitos pode ser mais prático escrever um e-mail do que uma carta. No entanto, cientistas da Universidade de Princeton alertam que nem sempre o método mais rápido é o melhor. 

Quando se trata de tomar nota o mais indicado é escrever à mão: nos ajuda a focar no essencial e reter conceitos com mais facilidade

O psicólogo Daniel Oppenheimer e sua equipe pediram a alguns estudantes que assistissem a uma palestra e fizessem anotações a lápis ou no notebook. Depois de 30 minutos, eles interrogaram os voluntários sobre elementos fatuais e conceituais e descobriram que aqueles que escreveram com papel e caneta se saíram significativamente melhor, sobretudo em relação a ideias abstratas, ainda que o restante tivesse registrado mais informações no computador.

Segundo os pesquisadores tomar nota implica em selecionar um dado (codificar) e recordá-lo mais tarde (armazenamento), o que confere benefícios de aprendizagem. 


Quando a primeira parte se torna muito fácil, perdemos a oportunidade de absorver algo novo, principalmente quando se trata de conceitos e não fatos. Escrever à mão, por outro lado, nos obriga a focar no essencial já que não somos fisicamente capazes de escrever cada palavra, o que facilita a assimilação.

Os resultados publicados online no Psychological Science ajudam a esclarecer um fenômeno que os psicólogos chamam de dificuldade desejável: a necessidade de esforço e investimento para assimilar novos conteúdos. “Às vezes, os obstáculos que nos frustram nos ajudam a aprender. 


Antes de mergulharmos nas novas tecnologias que prometem tornar a vida mais fácil, pode valer a pena nos perguntarmos se realmente trazem os benefícios que esperamos ou apenas subestimam nossa capacidade”, diz Oppenheimer.

Livro ou E-book ?

Como exatamente a tecnologia que usamos para ler altera a forma de ler ? Desde pelo menos a década de 80, pesquisadores das áreas de educação, medicina, psicologia, engenharia da computação, biblioteconomia e ciência da informação já publicaram centenas de estudos explorando as diferenças no modo como as pessoas leem no papel e na tela.

Antes de 1992, a maioria dos experimentos concluía que as pessoas acompanham os textos em telas mais lentamente e memorizam menos conteúdo. Com a melhora na resolução de equipamentos de todos os tipos, porém, apareceram resultados mais variados. 


Pesquisas recentes sugerem que embora a maioria ainda prefira o papel – especialmente quando precisam se concentrar por muito tempo –, o comportamento está mudando. 

Atualmente nos Estados Unidos, os e-books representam 20% de todos os livros vendidos para o público em geral. Segundo a 3ª edição da pesquisa Retratos da leitura no Brasil, realizada em 2012 pelo Ibope Inteligência, o país já tem 9,5 milhões de leitores de e-books, aproximadamente 5% da população.

Apesar de a tecnologia estar cada vez mais popular e acessível, a maioria dos estudos publicados desde o início da década de 90 confirma as conclusões anteriores: o papel ainda oferece vantagens sobre a tela como meio de leitura. 


Reunidos, experimentos em laboratório, pesquisas e relatórios de consumo indicam que equipamentos digitais impedem as pessoas de navegar textos longos de modo efetivo e podem sutilmente inibir a compreensão.

Comparada ao papel, a tela pode exigir mais recursos mentais enquanto lemos e dificultar a fixação de lembranças sobre o que lemos. Conscientemente ou não, as pessoas se aproximam dos computadores e tablets com um estado mental menos aberto ao aprendizado que com o papel. 


Os e-readers também não conseguem reproduzir a experiência tátil da leitura em papel – e muitos se sentem desconfortáveis com isso. 
























fonte: Mente e Cérebro

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