Até a Primeira Guerra Mundial, o Padrão Ouro serviu de referência para conversão de moedas e base do comércio internacional.
(Leia mais sobre o padrão ouro no post Gold Standard aqui no Missão Diplomática.)
No entanto, com a Grande Guerra as economias mundiais sofreram forte pressão inflacionária e o cenário comercial internacional tornou-se instável e bastante complexo.
Entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial houve uma tentativa de reinstauração do padrão ouro, no entanto, com a Segunda Guerra, o mundo se depara com a necessidade de uma nova referência para o comércio internacional.
Em 1944, os países aliados se reuniram em Bretton Woods com o objetivo de restabelecer as bases da economia mundial.
Bretton Woods definiu as diretrizes a serem seguidas pela economia mundial, sendo criadas instituições como o Banco Mundial e o FMI (Fundo Monetário Internacional) bem como instaurado o GATT (Acordo Geral sobre tarifas Aduaneiras e Comércio)
No entanto, na década de 60, a supremacia americana começa a sofrer a concorrência das economias em recuperação da Alemanha e Japão e esta garantia passa a ser questionada.
Os EUA começam cada vez mais a se dedicar às questões da Guerra Fria, multiplicando suas atenções em quatro principais frentes (Cuba, China, Vietnã e União Soviética), ao contrário do que ocorria anteriormente, quando só a URSS parecia ser a ameaça.
Isso contribuiu para desviar a atenção dos políticos norte-americanos do rumo do desenvolvimento econômico, em especial com a dispendiosa guerra travada no Vietnã.
No final da década, a economia norte-americana dava sinais de crise, com déficits orçamentários e desequilíbrios na balança comercial cada vez mais constantes.
A garantia do governo dos EUA de paridade de sua moeda com o ouro parecia não mais "confortar" a comunidade financeira mundial. Com os gastos cada vez mais constantes, o governo dos EUA ia imprimindo cada vez mais dinheiro, e a crença da garantia em ouro pelo dólar ia cada vez mais perdendo a força.
Em 15 de agosto de 1971 o presidente Richard Nixon toma a decisão de acabar com a paridade dólar-ouro, decisão ratificada pelo FMI em 1973.
Dali por diante, a moeda norte-americana seria apenas uma "fiat currency" (fiat, do latim, significando "faça-se", ou "cumpra-se", e currency, do inglês "moeda", "dinheiro"), ou seja, o ouro não seria mais o garantidor do valor do dólar, mas, a palavra do governo americano, respaldada pelo seu tesouro nacional.
A decisão, aparentemente acusadora de fraqueza por parte do governo dos EUA, revelou-se saudável, pois a concepção do dólar como moeda fiat passou a dar mais credibilidade ao dólar do que ele possuía anteriormente, permanecendo a moeda como a principal no mercado financeiro internacional, referência de valores até os dias atuais.
fontes: 1 Concise Encyclopedia of Economics
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