terça-feira, 24 de junho de 2014

Padrão Dólar-Ouro


Até a Primeira Guerra Mundial, o Padrão Ouro serviu de referência para conversão de moedas e base do comércio internacional. 

(Leia mais sobre o padrão ouro no post Gold Standard aqui no Missão Diplomática.) 

No entanto, com a Grande Guerra as economias mundiais sofreram forte pressão inflacionária e o cenário comercial internacional tornou-se instável e bastante complexo. 

Entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial houve uma tentativa de reinstauração do padrão ouro, no entanto, com a Segunda Guerra, o mundo se depara com a necessidade de uma nova referência para o comércio internacional. 

Em 1944, os países aliados se reuniram em Bretton Woods com o objetivo de restabelecer as bases da economia mundial. 

Bretton Woods definiu as diretrizes a serem seguidas pela economia mundial, sendo criadas instituições como o Banco Mundial e o FMI (Fundo Monetário Internacional) bem como instaurado o GATT (Acordo Geral sobre tarifas Aduaneiras e Comércio)

Na prática foi uma "reconstrução" do capitalismo sob ampla liderança e controle dos Estados Unidos, já que outras potências capitalistas como a Alemanha, França e Inglaterra tinham suas economias praticamente destruídas devido ao esforço de guerra. Ninguém conseguiria, mesmo que quisesse, estabelecer uma linha alternativa para o capitalismo naquele momento.

Foi estabelecido um novo padrão monetário mundial denominado Padrão Dólar-Ouro

Com o padrão dólar-ouro, os EUA garantiria que uma onça troy de ouro (31,1 g) valeriam 35 dólares. Qualquer indivíduo, instituição financeira, empresa ou banco, poderiam receber do governo dos Estados Unidos tal quantidade de ouro caso fosse apresentada a citada quantidade de dólares. 

Era dado acreditar a toda a comunidade financeira mundial (quer acreditassem ou não) que os Estados Unidos tinham correspondente quantidade de ouro estocada para cada nota de dólar impressa. Este estoque de ouro provavelmente não correspondia à realidade, mas, com a supremacia norte-americana nos campos político e econômico, isso não fazia tanta diferença.

No entanto, na década de 60, a supremacia americana começa a sofrer a concorrência das economias em recuperação da Alemanha e Japão e esta garantia passa a ser questionada. 

Os EUA começam cada vez mais a se dedicar às questões da Guerra Fria, multiplicando suas atenções em quatro principais frentes (Cuba, China, Vietnã e União Soviética), ao contrário do que ocorria anteriormente, quando só a URSS parecia ser a ameaça. 

Isso contribuiu para desviar a atenção dos políticos norte-americanos do rumo do desenvolvimento econômico, em especial com a dispendiosa guerra travada no Vietnã. 

No final da década, a economia norte-americana dava sinais de crise, com déficits orçamentários e desequilíbrios na balança comercial cada vez mais constantes. 

A garantia do governo dos EUA de paridade de sua moeda com o ouro parecia não mais "confortar" a comunidade financeira mundial. Com os gastos cada vez mais constantes, o governo dos EUA ia imprimindo cada vez mais dinheiro, e a crença da garantia em ouro pelo dólar ia cada vez mais perdendo a força.

Em 15 de agosto de 1971 o presidente Richard Nixon toma a decisão de acabar com a paridade dólar-ouro, decisão ratificada pelo FMI em 1973. 

Dali por diante, a moeda norte-americana seria apenas uma "fiat currency" (fiat, do latim, significando "faça-se", ou "cumpra-se", e currency, do inglês "moeda", "dinheiro"), ou seja, o ouro não seria mais o garantidor do valor do dólar, mas, a palavra do governo americano, respaldada pelo seu tesouro nacional.

A decisão, aparentemente acusadora de fraqueza por parte do governo dos EUA, revelou-se saudável, pois a concepção do dólar como moeda fiat passou a dar mais credibilidade ao dólar do que ele possuía anteriormente, permanecendo a moeda como a principal no mercado financeiro internacional, referência de valores até os dias atuais.

            2 Infoescola 

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