domingo, 7 de junho de 2015

Acordo Marco de Cooperação Brasil e OCDE

Diplomacia Pública
3 jun, 2015

Nos dias 3 e 4 de junho, em Paris, o Ministro das Relações Exteriores participa, a convite do Secretário-Geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Angel Gurría, da Reunião do Conselho em Nível Ministerial da OCDE (MCM 2015). 
A reunião tem como tema "Destravando o investimento para o crescimento sustentável e o emprego". 
Na ocasião, o Ministro Mauro Vieira, juntamente com o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, assinará o Acordo de Cooperação entre o Brasil e a OCDE.
O Acordo Marco de Cooperação com a OCDE permitirá aprofundar e sistematizar o relacionamento com a organização e estabelecer uma base jurídica única para as contribuições financeiras aportadas pelo Brasil em contrapartida de sua participação nas várias instâncias da Organização.
Organização intergovernamental baseada em Paris, a OCDE se dedica à pesquisa e estudos para o aperfeiçoamento das políticas públicas nas mais diversas áreas e à troca de experiências entre países membros e parceiros. 
O método frequentemente usado de “revisão pelos pares” permite que os especialistas governamentais possam encontrar-se com suas contrapartes de outros países membros ou associados para comparar as políticas públicas em cada área com as melhores práticas disponíveis internacionalmente.
O Brasil desenvolve processo de cooperação com a OCDE desde meados da década de 1990. Em 2007, o Brasil tornou-se, juntamente com China, Índia, Indonésia e África do Sul, um dos cinco parceiros do “Engajamento Ampliado” com a OCDE, atualmente denominados “Parceiros-Chave”. 
Além disso, um número crescente de países em desenvolvimento de renda média tem buscado adesão à OCDE. A Organização tem procurado incorporar esses países em suas discussões para melhor levar em conta as transformações da economia mundial em sua atuação.
A cooperação entre o Brasil e a OCDE vem ganhando densidade em um amplo conjunto de temas, os quais incluem política macroeconômica, agricultura, comércio, educação, ciência e tecnologia e inovação, estatísticas, combate à corrupção, tributação, política de competição, política de investimentos, Conduta empresarial responsável, governança corporativa, financiamento às exportações, entre outros. 
O Brasil participa, em diferentes graus, de foros da OCDE, aderiu a alguns de seus instrumentos e tem sido objeto dos “Economic Surveys” bienais da Organização desde 2001. O Acordo de Cooperação permitirá aprofundar essa cooperação, aperfeiçoar políticas públicas e divulgar e comparar programas governamentais bem-sucedidos de maneira mais sistemática e com sentido de direção.
O Brasil também desenvolve colaboração com a OCDE na condição de membro do G20, tendo em vista a atuação da Organização na implementação das decisões dos Líderes, desde sua primeira reunião de cúpula realizada em Washington em 2008, na esteira da crise financeira dos países desenvolvidos.
A aproximação com a OCDE é parte da estratégia do Governo brasileiro de recriar as bases para um crescimento sustentável da economia, com inclusão social e preservação do meio ambiente. 
País de renda per capita intermediária, o Brasil precisa encontrar os caminhos dos ganhos sistemáticos de produtividade em sua economia, o que requer um melhor ambiente de negócios, maior qualificação de nossa população, gastos públicos mais eficientes e menos onerosos, políticas de inovação tecnológica que aumentem a competitividade de nossa indústria e uma inserção dinâmica na economia internacional. 
Vários desses desafios poderão ser mais facilmente superados com a cooperação internacional, inclusive da OCDE.
O Brasil aderiu a 15 instrumentos da OCDE:
  • Decisões do Conselho sobre Aceitação de Dados na Avaliação de Químicos
  • Convenção sobre o Combate ao Suborno a Funcionários Públicos Estrangeiros em Negócios Internacionais
  • Declaração sobre Troca Automática de Informações Tributárias
  • Esquemas e Códigos Agrícolas
  • Recomendação do Conselho sobre Combate a Cartéis
  • Declaração da Carta de Bolonha sobre Políticas para Pequenas e Médias Empresas
  • Declaração Ministerial de Istambul sobre o Fomento do Crescimento das Pequenas e Médias Empresas Inovadoras e Internacionalmente Competitivas
  • Declaração sobre Investimento Internacional e Empresas Multinacionais
Convenção sobre Assistência Administrativa Mútua em Matéria Tributária
Declaração sobre a Crise Financeira Global e os Créditos à Exportação
Declaração sobre Erosão da Base Tributária e Movimentação de Lucros
Diretrizes Multilaterais Extraídas do Anexo da Decisão que Estabeleceu o Comitê do Aço
Declaração sobre Propriedade, Integridade e Transparência na Condução dos Negócios e Finanças Internacionais
Entendimento sobre o Setor Aeronáutico que regula o financiamento público à exportação de aeronaves
O Brasil é membro associado de sete órgãos da OCDE:
  • Conselho Diretor do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), do qual é vice-presidente desde 2013
  • Conselho Diretor do Centro de Desenvolvimento
  • Grupo de Trabalho sobre Suborno em Transações Internacionais
  • Comitê do Aço
  • Foro Global sobre Transparência e Troca de Informações Tributárias
  • Reunião Conjunta do Comitê de Químicos e do Grupo de Trabalho sobre Químicos, Pesticidas e Biotecnologia 
  • Também participa regularmente dos trabalhos de diversos comitês, como os Comitês de Agricultura, de Estatísticas, de Competição, de Política Científica e Tecnológica, de Investimentos, de Comércio, do GT sobre Práticas Empresariais responsáveis, entre outros. O Brasil participa igualmente do Projeto BEPS, voltado para a cooperação no combate à evasão tributária e do Projeto de Revisão dos Princípios de Governança Corporativa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Linkwithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...