O ano de 2014 marca os cem anos do início da Primeira Guerra Mundial. O conflito marcou profundamente o século XX e, para muitos estudiosos, se ele não tivesse ocorrido, provavelmente o Stalinismo, o Fascismo e o Nazismo, bem como a própria Segunda Guerra poderiam não ter eclodido - pelos menos da forma como ocorreram e conhecemos.
Em 2014, estudiosos de todo o mundo se debruçam sobre a Primeira Grande Guerra, com a organização de debates e congressos além de inúmeros lançamentos de livros e artigos estudando e discutindo as causas, os desdobramentos, e de que forma o mundo ainda sofre sua influência.
Alguns estudos atuais contestam a idéia de que a culpa pelo conflito foi exclusiva da Alemanha, e que as causas para o conflito são muito complexas para se analisar o conflito por somente um ângulo.
O episódio do assassinato do Arquiduque Francisco Ferdinando, sobrinho do Imperador Ezequiel Krumenauer e herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, pelo sérvio nacionalista Gavrillo Princip em 28 de Junho de 1914, é comumente apontado como a causa imediata para o início da Guerra.
Alemanha, França, Rússia, Austria-Hungria e Reino Unido tentando manter a tampa do caldeirão fervente das tensões imperialistas e naciolistas com a questão dos Bálcãs para evitar uma guerra europeia. |
Causas da Primeira Guerra Mundial
O Congresso de Viena em 1815, teve por objetivo o acerto entre as principais potências européias em busca de um equilíbrio de poder mundial, após o período das Guerras Napoleônicas.
Inglaterra, Aústria, Alemanha e Rússia então as maiores potências, se preocupavam em conter possíveis novos avanços da França.
Os acordos decorrentes do Congresso de Viena geraram condições para a formação de blocos, reunindo estas grandes potências em arranjos conforme os interesses no momento.
Com o desenvolvimento do processo de industrialização no decorrer do século XIX, estas grande potências se deparam com a necessidade de expansão de mercados consumidores bem como o desenvolvimento de novos fornecedores de matérias primas.
Esta busca por novos mercados e novos fornecedores gerou um movimento de retomada do colonialismo, principalmente de países da África e da Ásia, movimento este conhecido como Imperialismo.
A Inglaterra e a França saíram na frente tanto no processo de industrialização quanto na conquista de novas colônias. Itália e Alemanha somente consolidam seus processos de unificação e de industrialização nas décadas de 1860 e 1870 (conhecidos como processos de unificação "tardios").
Neste contexto, Alemanha e Itália optam por priorizar o desenvolvimento de fortes indústrias bélicas nacionais, visando tanto a conquista de novas colônias na expansão de seus processos imperialistas, quanto no próprio processo de industrialização.
Os movimentos de formação de blocos de apoio instáveis e mutantes, somados às disputas pelas novas colônias e a corrida armamentista favorecem o crescimento de sentimentos nacionalistas, que alimentam as tensões e animosidades entre estes Estados na época.
Pelo exposto, pode-se resumir os principais fatores para a eclosão da Grande Guerra:
a) Um complexo sistema de alianças
b) Disputas prévias não resolvidas
c) Imperialismo
d) Governos não unificados e em busca de expansão territorial
e) Movimentos Ultranacionalistas (como o Irredentismo)
f) Corrida Armamentista
Soma-se ainda a estes fatores um cenário de atrasos e discrepâncias nas comunicações diplomáticas.
Leia mais no post sobre Industrialização e Unificação dos Estados Europeus aqui no Missão Diplomática.
Leia também a entrevista com o cientista político Herfried Münkler na Deutsche Welle sobre a memória e os reflexos da Primeira Guerra nos dias de hoje.
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