Enfim, o TPS 2015 !
Após meses de estudo árduo, em um ensolarado dia de domingo, somos testados e selamos nosso destino nessa primeira fase do CACD 2015.
Tomando como base o TPS 2014 - quando a nota de corte foi de 46,5 - podemos pensar em segunda fase a partir de 45 ...
Certamente teremos os recursos e possivelmente algumas mudanças, mas em geral ao conferir o gabarito já podemos ter uma boa ideia sobre as nossas chances.
Para os que estão a partir de 43, 44 ou 45, pressão total para as próximas fases.
Para os que ficaram abaixo deste resultado, agora é o momento de esfriar a cabeça e lembrar que o CACD é um investimento de longo prazo e o TPS é sempre um grande aprendizado.
Resolvi postar hoje um artigo bem legal com dicas para uma boa redação em Inglês.
Mato dois coelhos com uma só cajadada, apresentando assunto tanto para os que estão no páreo para a segunda fase quanto para os que agora precisam se reorganizar para o próximo CACD ...
O material foi extraído do site www.sk.com.br, elaborado por Ricardo Schutz.
Grande abraço e sucesso para todos !
Como redigir corretamente em Inglês - por Ricardo Schutz
INTRODUÇÃO
"In Portuguese, if the reader does not understand
what he reads,
he may think he is not intelligent or knowledgeable enough
to understand
the writer, while in English most likely
the writer is the one who takes
the blame."
Enrolar, enfeitar a jogada, enfeitar a noite do meu bem, encher linguiça, são expressões populares usadas para referir-se ao hábito do uso da retórica na linguagem.
Esta tendência, frequentemente observada em português, é um vício remanescente de séculos passados, quando a linguagem escrita era uma arte dominada por poucos e a sua função era predominantemente literária. Retórica era sinal de erudição, e por vezes a forma chegava a se impor sobre o conteúdo.
Nos tempos modernos, entretanto, com a internacionalização do mundo e com o crescente desenvolvimento da tecnologia de comunicação, a funcionalidade dos idiomas como meios de comunicação clara e objetiva se impõe a tudo mais, fato este reconhecido também pelos mais respeitados representantes da língua portuguesa:
Especialmente no caso do inglês, hoje adotado como língua internacional, esta tendência é marcante. O inglês moderno na sua forma escrita não tolera retórica."A diferença entre o escritor e o escrevedor está sobretudo na economia vocabular. Conseguir o máximo com o mínimo - eis um sábio programa." (Celso Pedro Luft)
No comércio internacional, na imprensa escrita, e nos meios acadêmicos exige-se cada vez mais clareza. Frases longas, adjetivação excessiva, tom vago, textos que exigem maior esforço para serem compreendidos, falta de concisão, todas estas características facilmente são consideradas pobreza de estilo.
A beleza do inglês moderno está na substância, na simplicidade, na clareza, na riqueza de detalhes e na integridade lógica.
Em paralelo a isso, a redação e editoração de textos via computadores está criando uma tendência à padronização do inglês na sua forma escrita. Pelo fato de ter sido um país de língua inglesa (EUA) o berço da informática, os softwares hoje existentes para processamento ou edição de textos oferecem recursos avançados para verificação gramatical de textos em inglês.
Estes "grammar checkers" seguem todos os mesmos preceitos básicos, influindo de forma semelhante sobre quem redige, e conduzindo lenta e gradativamente a uma maior padronização na forma de escrever.
Por tudo isso pode-se dizer que redigir bem em inglês é mais fácil do que se imagina.
A primeira condição, que apesar de elementar é muito pouco observada, é de que o texto seja sempre criado a partir de uma ideia. Em qualquer língua, texto escrito deve ser sempre o reflexo de uma ideia, que por sua vez origina-se em fatos do universo.
A ideia é sempre anterior ao texto. Se a ideia não for clara, o texto também não o será.
Outra condição é o domínio sobre o idioma falado. A expressão comumente ouvida: "essa frase não me soa bem" bem ilustra a importância da oralidade. Ou seja, não é o conhecimento gramatical, mas sim a familiaridade com a língua falada que nos permite discernir o certo do errado, o bom estilo do estilo pobre.
É por isso que traduções ou versões a partir de um texto em português, feitas com a ajuda de dicionário, normalmente produzem resultados desastrosos. A não ser quando se trata de documentos, e com ressalvas, não deveria existir o que chamam de tradução literal.
Todo texto precisa ser interpretado, isto é: a ideia precisa ser entendida e então recriada, e diferenças culturais explicadas sob a nova ótica.
ORIGENS
DAS DIFERENÇAS
A "liberdade vigiada" daqueles anos de regime de exceção exigia um subterfúgio, uma linguagem não-explícita, cuja mensagem ficasse por conta da capacidade de imaginação do leitor.
Já outros acreditam serem as raízes mais profundas. Evocam o período colonial do Brasil, quando o trabalho era responsabilidade da mão-de-obra escrava, e a classe letrada dedicava muito tempo burilando textos que valorizavam a estética e o subjetivismo, num mundo que ainda se comunicava muito através da literatura.
Outros vão mais longe ainda. Afirmam que, há mais de 20 séculos, diferenças sociais e culturais já marcavam contrastes.
Enquanto o Império Romano da língua latina mantinha seu apogeu pela força militar, permitindo a existência de classes eruditas que podiam se dedicar às artes e às letras, quando meio século antes de Cristo o orador Cícero já se dedicava à crítica literária e ao estudo de retórica e o poeta Virgílio destilava seu lirismo profetizando com eloquência o destino de Roma no mundo; àquela época os povos bárbaros de línguas germânicas encontravam-se ou guerreando ou trabalhando para sobreviver e pagar impostos ao Império, sem tempo para as artes, e usando uma linguagem de comunicação curta e objetiva, sintonizada em fatos concretos e nos afazeres de seu dia-a-dia.
Seja qual for a origem, o fato é que hoje, em pleno alvorecer da era da informação, num mundo que se transforma numa comunidade cada vez mais interdependente e que se comunica cada vez mais, diferenças idiomáticas representam um empecilho para ambos os lados. Nunca o mundo se comunicou tanto, nunca o tempo foi tão curto para tanta informação, e portanto nunca a objetividade na linguagem foi tão necessária.
REGRAS PARA UMA BOA REDAÇÃO
1. Organize suas ideias em itens, faça um outline
Itemizar os pontos importantes da ideia possibilita disciplinar seu pensamento, estabelecendo uma sequência lógica entre os elementos da ideia.
Possibilita também relacionar todos os pontos importantes e estabelecer uma hierarquia de importância entre eles. Um outline ou esboço normalmente contém uma introdução, desenvolvimento da ideia com discussão de todos os elementos, e conclusão.
2. Certifique-se de que cada oração tenha um sujeito e que o sujeito esteja antes do verbo
Em português frequentemente as frases não têm sujeito. Sujeito oculto, indeterminado, inexistente, são figuras gramaticais que no português explicam a ausência do sujeito.
Isto no inglês entretanto não existe. A não ser pelo modo imperativo, toda frase em inglês normalmente tem sujeito. Na falta de um sujeito específico, muitas vezes o pronome IT deve ser usado.
Além disso, em português muitas vezes o sujeito aparece no meio ou no fim da frase. Em inglês ele deve estar sempre antes do verbo (a não ser no caso de frases interrogativas), e de preferência no início da frase.
Observe os seguintes exemplos:
Está chovendo. (sujeito inexistente) It's rainning.
Ontem caiu um avião. An airplane crashed yesterday.
Esses dias apareceu lá na companhia um vendedor. A salesman came to the office the other day.
Acaba de fracassar uma estratégia publicitária das mais criativas. One of the most creative publicity strategies has just failed.
The representative of our creditor banks attended a directory meeting about two months ago to warn that our credit lines would have to be reduced, just when the company was facing financial difficulties.
Ao formar uma frase, o autor deve acostumar-se a pensar sempre em primeiro lugar no sujeito, depois no verbo.
O pensamento em inglês estrutura-se, por assim dizer, a partir do sujeito. A ordem natural e até certo ponto rígida dos elementos da oração em inglês é: Sujeito - Verbo - Complemento.
Comparando o ato de escrever com a montagem de uma peça teatral, poderíamos dizer que no português há uma tendência a se montar o cenário para então colocar-se o ator principal em cena.
No inglês, a ordem normal seria inversa: primeiro coloca-se o personagem principal (sujeito e verbo) para então completar com a montagem do cenário (objetos, adjuntos adverbiais e adnominais e orações subordinadas).
3. Use frases curtas
A ideia a ser comunicada deve ser dividida em partes na medida do possível.
Uma frase excessivamente longa, além de aumentar as chances de erro, é sempre mais difícil de ser lida e entendida do que uma série de frases curtas. A tendência de se usar frases longas é comum no português.
No inglês este fenômeno é chamado de run-on sentence.
Textos em inglês normalmente contêm mais pontos finais e menos vírgulas do que em português. Exemplos:
This computer doesn't make sense to me, it came without a manual.
frase mais adequada:
This computer doesn't make sense to me. It came without a manual.
frase mais adequada:
Last July I went on vacation in the south of France and other parts of central Europe. I bought many souvenirs and saw many interesting places. Some of the places I visited were the normal tourist sites, and others were lesser known locations.
4. Seja breve e evite o uso de palavras desnecessárias
Tanto no inglês como no português existem certas palavras que devido à forma abusiva com que são usadas, deixaram de carregar qualquer significado.
Tornaram-se modismos que servem apenas para conferir um falso tom de intelectualidade e confundir.
Exemplo disso no português são as expressões realmente, evidentemente, efetivamente, a rigor, em termos de, etc.
No inglês temos expressões como: absolutely, as a matter of fact, actually, really, it seems to me, you know, etc., as quais pouco ou nada acrescentam à mensagem.
Observe o seguinte exemplo:
As a matter of fact, I'm absolutely tired. Actually that's the reason why I don't really want to go to the movies tonight.
frase mais adequada:
I don't want to go to the movies tonight because I'm tired.
Este princípio de economia em relação ao uso de palavras aplica-se também ao uso de formas desnecessariamente complexas. Exemplos:
The multiplicity of functionality is really advantageous to the overall marketability of the product.
Em qualquer idioma fatos sempre informam mais do que opiniões subjetivas.
O texto deve se limitar o mais possível a fatos, ficando a conclusão reservada para o leitor. Não imponha ao leitor o seu julgamento; permita-lhe formar o seu próprio.
É sempre desejável ser o mais claro e específico possível, substituindo palavras de mero efeito ou de significado vago, pela respectiva explicação. Exemplos:
The speaker was fascinating to the audience. (subjetivo, vago)
The speaker presented his topic well and the audience enjoyed his analogies from daily life.
There is evidence that UFOs may actually exist. (subjetivo, vago)
Several photographs, video tapes and testimonies show that UFOs may actually exist.
Our language teachers are highly qualified. (subjetivo, vago)
Our language teachers are native speakers with college education.
I hate television.
The effects of television can be very damaging. The soap operas portray dishonesty, violence, ill emotions, all kinds of negative social behavior, and the news is often biased.
6. Cuidado com o uso de voz passiva
Voz passiva consiste em trocar o sujeito e o objeto direto de posição. O objeto assume a posição do sujeito, mas permanece inativo, isto é, passivo. Passa a ser um sujeito que não é autor de ação nenhuma.
O verdadeiro sujeito, por outro lado, assume o papel de agente da passiva, sendo que neste papel deixa de ser essencial à oração, ficando frequentemente omitido. Exemplos:
The cat ate the mouse. (Voz ativa)
The mouse was eaten by the cat. (Voz passiva)
The mouse was eaten. (Voz passiva sem agente)
No português, o uso da voz passiva é extremamente comum e apropriado ao idioma.
O tom vago de uma voz passiva sem agente, assim como um sujeito indeterminado, são características típicas do português.
No inglês moderno, por outro lado, a voz passiva chega a ser quase proibitiva porque destoa em relação à necessidade de clareza e de presença de fatos, limitando-se seu uso a casos em que o agente da passiva é desconhecido, irrelevante ou subentendido.
Ocorre também com alguma frequência em trabalhos científicos. Exemplos:
The store was robbed last night. (desconhecido)
Toyotas are made in Japan. (irrelevante)
Clinton was elected President. (subentendido)
The sodium hydroxide was dissolved in water. This solution was then titrated with hydrochloric acid. (texto científico)
Exemplo de um texto em português normal, abundante em voz passiva:
Ficou decidido que os débitos deverão ser saldados até o final do mês de novembro, a partir de quando então serão cobrados com juros e correção monetária. Os plantadores em débito serão visitados pelo pessoal de campo e serão avisados a respeito das novas determinações.
Como não deve ser redigido em inglês:
It has been decided that the debts must be paid before the end of the month of November, being after then collected with interest and monetary correction (inflation). The farmers in debt will be visited by the field personnel and will be notified of the new determinations.
O mesmo texto redigido em inglês, de forma mais apropriada:
The company decided the farmers must pay their debts before the end of November. After that, interest and monetary correction will be added. Our field personnel will visit and notify the farmers of the new determinations.
7. Mantenha uma conexão lógica entre as frases fazendo uso correto de Words of Transition
Words of transition ou Words of connection são conjunções, advérbios, preposições, etc., que servem para estabelecer uma relação lógica entre frases e ideias.
O uso correto destas palavras de conexão confere elegância ao texto e, mais importante, solidez ao argumento. Exemplos:
It was cold. I went swimming.
frase mais adequada:
I went swimming in spite of the cold weather. Although it was cold, I went swimming.
Many people watch TV. I don't like to waste my time watching television. The quality of the programs is very poor. I'm going to read books. I'm not going to watch soap operas.
frase mais adequada:
Although many people watch TV, I don't like to waste my time watching television because the quality of the programs is very poor. Therefore I'm going to read books instead of watching soap operas.
fonte: Schütz, Ricardo. "Como Redigir Corretamente em Inglês." English Made in Brazil <http://www.sk.com.br/sk-write.html>. Retrieved 05 de agosto de 2015.
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