domingo, 28 de dezembro de 2014

Itamaraty em crise financeira

Em matéria publicada hoje, domingo 28 de dezembro, o site da Folha de São Paulo repercute a delicada situação econômica do Itamaraty, que com sérias restrições orçamentárias convive com contas atrasadas, duplas jornadas de trabalho de diplomatas em embaixadas no exterior, entre outros problemas. 

Segundo a matéria " em uma das embaixadas brasileiras abertas na África na gestão Lula, o atual chefe do posto divide seu tempo entre tarefas de representante do governo brasileiro no país e as que - numa situação normal - seriam feitas por assistentes, como enviar telegramas e traduzir currículos. "

Segundo ainda a Folha "o acúmulo de funções, numa embaixada que previa ao menos cinco funcionários, faz com que o diplomata tenha que estender constantemente seu expediente solitário até a madrugada. " 

Esta situação de penúria transparece o desprestígio orçamentário do Itamaraty  no final do governo Dilma. Entre 2003 e 2013 a participação do ministério no orçamento da União caiu pela metade, de 0,5% para 0,28% (dados da Folha). 

Segundo ainda a matéria, em 70 embaixadas e consulados criados por Lula, há 315 funcionários, quase a metade dos cerca de 570 previstos por portaria de 2013. 

Atrasos e Multas

Segundo a Folha apurou, em ao menos cinco representações, o governo brasileiro teve multas de US$ 3.500 devido à inadimplência. Elas incluem a sede da missão do Brasil na OEA, no complexo Watergate em Washington. 

As maiores multa teriam sido em imóveis ocupados por consulados em São Francisco, nos EUA, e de Shangai na China, de cerca de US$ 3.000 e US$ 3.500 respectivamente. 

Para o ex-secretário-geral do MRE Marcos de Azambuja, a inadimplência afeta a imagem do Brasil, não só do governo. 

O Brasil devia às Nações Unidas, até 23 de dezembro, ao menos US$ 170 milhões. Destes, US$ 77 referentes ao orçamento regular - o Brasil é o segundo maior devedor, atrás dos EUA - e US$ 87 milhões para manutenção das forças de paz. O resto (US$ 6 milhões) é destinado ao Tribunal Penal Internacional. 

Apesar de considerar esse tipo de atraso comum em vários países-membros, o professor da FGV Matias Spektor aponta um impacto bastante negativo para o Brasil: "Temos condições humanas de ocupar muitos mais postos na ONU mas não o fazemos por estarmos em dívida", avalia.    

fonte: Folha de SP
  

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