Em matéria publicada hoje, domingo 28 de dezembro, o site da Folha de São Paulo repercute a delicada situação econômica do Itamaraty, que com sérias restrições orçamentárias convive com contas atrasadas, duplas jornadas de trabalho de diplomatas em embaixadas no exterior, entre outros problemas.
Segundo a matéria " em uma das embaixadas brasileiras abertas na África na gestão Lula, o atual chefe do posto divide seu tempo entre tarefas de representante do governo brasileiro no país e as que - numa situação normal - seriam feitas por assistentes, como enviar telegramas e traduzir currículos. "
Segundo ainda a Folha "o acúmulo de funções, numa embaixada que previa ao menos cinco funcionários, faz com que o diplomata tenha que estender constantemente seu expediente solitário até a madrugada. "
Esta situação de penúria transparece o desprestígio orçamentário do Itamaraty no final do governo Dilma. Entre 2003 e 2013 a participação do ministério no orçamento da União caiu pela metade, de 0,5% para 0,28% (dados da Folha).
Segundo ainda a matéria, em 70 embaixadas e consulados criados por Lula, há 315 funcionários, quase a metade dos cerca de 570 previstos por portaria de 2013.
Atrasos e Multas
Segundo a Folha apurou, em ao menos cinco representações, o governo brasileiro teve multas de US$ 3.500 devido à inadimplência. Elas incluem a sede da missão do Brasil na OEA, no complexo Watergate em Washington.
As maiores multa teriam sido em imóveis ocupados por consulados em São Francisco, nos EUA, e de Shangai na China, de cerca de US$ 3.000 e US$ 3.500 respectivamente.
Para o ex-secretário-geral do MRE Marcos de Azambuja, a inadimplência afeta a imagem do Brasil, não só do governo.
O Brasil devia às Nações Unidas, até 23 de dezembro, ao menos US$ 170 milhões. Destes, US$ 77 referentes ao orçamento regular - o Brasil é o segundo maior devedor, atrás dos EUA - e US$ 87 milhões para manutenção das forças de paz. O resto (US$ 6 milhões) é destinado ao Tribunal Penal Internacional.
Apesar de considerar esse tipo de atraso comum em vários países-membros, o professor da FGV Matias Spektor aponta um impacto bastante negativo para o Brasil: "Temos condições humanas de ocupar muitos mais postos na ONU mas não o fazemos por estarmos em dívida", avalia.
fonte: Folha de SP
domingo, 28 de dezembro de 2014
domingo, 21 de dezembro de 2014
[ Discursivas CACD ] Economia 2013: Crise de 2008 e a "Currency War"
Guia de Estudos CACD 2014
Prova de 2013
Economia - Questão 2
Em reação à crise financeira iniciada em 2008, muitos países, desenvolvidos e em desenvolvimento,
lançaram mão de vigorosos planos de contenção da queda da demanda agregada e do aumento do
desemprego e de proteção dos seus mercados.
Um dos instrumentos anticíclicos mais utilizados pelos países emissores de moedas de curso internacional durante a crise foi a expansão monetária.
Um dos instrumentos anticíclicos mais utilizados pelos países emissores de moedas de curso internacional durante a crise foi a expansão monetária.
A partir dessas considerações, responda, de forma fundamentada, os questionamentos seguintes.
a. Do que se trata o termo "currency war", que emergiu em foros internacionais durante a crise financeira?
b. Por que países em desenvolvimento estariam especiaknente expostos à suposta "currency war"?
c. Quais são as relações entre "currency war" e comércio internacional? Que países tendem a se beneficiar e que países tendem a se prejudicar e por quê?
a. Do que se trata o termo "currency war", que emergiu em foros internacionais durante a crise financeira?
b. Por que países em desenvolvimento estariam especiaknente expostos à suposta "currency war"?
c. Quais são as relações entre "currency war" e comércio internacional? Que países tendem a se beneficiar e que países tendem a se prejudicar e por quê?
FELIPE NEVES CAETANO RIBEIRO
"O termo “currency wars”, estabelecido por Guido Mantega no contexto das respostas
anticíclicas à crise dos “subprimes” e a seus efeitos, refere-se a políticas monetárias
expansionistas praticadas sobretudo por países desenvolvidos, a fim de conferir
competitividade a suas exportações.
Essas medidas afetam, de forma mais drástica, economias emergentes, devido à competividade menor de suas indústrias, cujos produtos se tornam mais caros com a valorização da moeda nacional.
O comércio multilateral é afetado, porquanto se distorcem os níveis regulares de exportações e de importações dos países, aumentando a recorrência do protecionismo convencional e não convencional, em desfavor dos países em desenvolvimento e de economias emergentes.
A expressão “currency wars” trata das desvalorizações competitivas realizadas principalmente por países desenvolvidos na esteira da crise de 2008, com a finalidade de estimular suas exportações. Essas desvalorizações decorrem de políticas monetárias expansionistas, exemplificadas pelo “quantitative easing” norte-americano, que, ao aumentar a oferta de moeda (Om↑) reduzem, por conseguinte, seu preço.
Esse excesso de liquidez migra para outros países, também afetados pela crise econômica, acarretando a valorização de suas moedas, dado o excesso de liquidez internacional.
Em resposta, países atingidos pela crise e pela pressão de valorização de suas moedas reagem por intermédio de novas desvalorizações competitivas, gerando “tsunamis monetários” e uma guerra cambial visando a conferir competividade às suas exportações.
Ocorre que os países em desenvolvimento, conforme ressaltado pelas delegações brasileiras no G20 financeiro e na OMC, são os maiores afetados pela guerra cambial.
Esses países de economia emergente estão mais expostos, porque, não raro, mantêm taxas de juros elevadas, a fim de compensar eventuais inseguranças associadas a suas economias. Essa situação atrai o excesso de liquidez internacional, acarretando uma valorização da moeda nacional e o encarecimento de seus produtos. Além disso, deve-se ressaltar que a indústria dos países em desenvolvimento costuma ser menos competitiva.
Nesse cenário, uma valorização da moeda nacional e uma desvalorização do câmbio, entendido como o preço do dólar, resultam em uma perda ainda maior de competividade, a qual se refle no comércio internacional em benefício dos países que praticam desvalorizações competitivas.
Essas medidas afetam, de forma mais drástica, economias emergentes, devido à competividade menor de suas indústrias, cujos produtos se tornam mais caros com a valorização da moeda nacional.
O comércio multilateral é afetado, porquanto se distorcem os níveis regulares de exportações e de importações dos países, aumentando a recorrência do protecionismo convencional e não convencional, em desfavor dos países em desenvolvimento e de economias emergentes.
A expressão “currency wars” trata das desvalorizações competitivas realizadas principalmente por países desenvolvidos na esteira da crise de 2008, com a finalidade de estimular suas exportações. Essas desvalorizações decorrem de políticas monetárias expansionistas, exemplificadas pelo “quantitative easing” norte-americano, que, ao aumentar a oferta de moeda (Om↑) reduzem, por conseguinte, seu preço.
Esse excesso de liquidez migra para outros países, também afetados pela crise econômica, acarretando a valorização de suas moedas, dado o excesso de liquidez internacional.
Em resposta, países atingidos pela crise e pela pressão de valorização de suas moedas reagem por intermédio de novas desvalorizações competitivas, gerando “tsunamis monetários” e uma guerra cambial visando a conferir competividade às suas exportações.
Ocorre que os países em desenvolvimento, conforme ressaltado pelas delegações brasileiras no G20 financeiro e na OMC, são os maiores afetados pela guerra cambial.
Esses países de economia emergente estão mais expostos, porque, não raro, mantêm taxas de juros elevadas, a fim de compensar eventuais inseguranças associadas a suas economias. Essa situação atrai o excesso de liquidez internacional, acarretando uma valorização da moeda nacional e o encarecimento de seus produtos. Além disso, deve-se ressaltar que a indústria dos países em desenvolvimento costuma ser menos competitiva.
Nesse cenário, uma valorização da moeda nacional e uma desvalorização do câmbio, entendido como o preço do dólar, resultam em uma perda ainda maior de competividade, a qual se refle no comércio internacional em benefício dos países que praticam desvalorizações competitivas.
A guerra cambial relaciona-se com o comércio internacional por meio das taxas de
câmbio e do protecionismo resultante. Ao promover distorções nos termos de troca,
desvalorizando algumas moedas e valorizando outras, a guerra cambial desequilibra o
comércio, porquanto os produtos dos países que praticam política monetária expansionista
(desvalorizando sua moeda) tornam-se comparativamente mais baratos.
Simultaneamente, os países que recebem o excesso de liquidez ou que não intervêm no mercado cambial perdem competividade e vendem produtos comparativamente mais caros (devido à valorização de sua moeda). Esse cenário induz ao aumento do protecionismo, contrariando os objetivos da Organização Mundial do Comércio, que visa à liberalização comercial e ao desenvolvimento equilibrado.
O protecionismo, nesse aspecto, pode manifestar-se tanto por meio da desvalorização competitiva, que torna inócuas tarifas consolidadas por países em desenvolvimento, quanto por intermédio da elevação tarifária, visando a minimizar importações e a perda de competividade.
No cenário da guerra cambial, beneficiam-se predominantemente países desenvolvidos, em detrimento das economias emergentes. A maior competividade dos primeiros é intensificada, ao passo que se reduz a competividade dos últimos, sobretudo quanto a bens industriais, cuja produção intensiva em capital é, tradicionalmente, mais competitiva em países desenvolvidos.
A guerra cambial consiste em desvalorizações competitivas das moedas nacionais, visando a estimular exportações. Nesse cenário, países em desenvolvimento e economias emergentes encontram-se mais expostos, pois se caracterizam por juros elevados (o que atrai liquidez) e por menor competividade industrial.
A guerra cambial distorce os termos de trocas comerciais em desfavor dos emergentes, razão pela qual o Brasil defende um debate multilateral aprofundado acerca dessa tema."
fonte: Guia de Estudos IRB para o CACD 2014
Simultaneamente, os países que recebem o excesso de liquidez ou que não intervêm no mercado cambial perdem competividade e vendem produtos comparativamente mais caros (devido à valorização de sua moeda). Esse cenário induz ao aumento do protecionismo, contrariando os objetivos da Organização Mundial do Comércio, que visa à liberalização comercial e ao desenvolvimento equilibrado.
O protecionismo, nesse aspecto, pode manifestar-se tanto por meio da desvalorização competitiva, que torna inócuas tarifas consolidadas por países em desenvolvimento, quanto por intermédio da elevação tarifária, visando a minimizar importações e a perda de competividade.
No cenário da guerra cambial, beneficiam-se predominantemente países desenvolvidos, em detrimento das economias emergentes. A maior competividade dos primeiros é intensificada, ao passo que se reduz a competividade dos últimos, sobretudo quanto a bens industriais, cuja produção intensiva em capital é, tradicionalmente, mais competitiva em países desenvolvidos.
A guerra cambial consiste em desvalorizações competitivas das moedas nacionais, visando a estimular exportações. Nesse cenário, países em desenvolvimento e economias emergentes encontram-se mais expostos, pois se caracterizam por juros elevados (o que atrai liquidez) e por menor competividade industrial.
A guerra cambial distorce os termos de trocas comerciais em desfavor dos emergentes, razão pela qual o Brasil defende um debate multilateral aprofundado acerca dessa tema."
fonte: Guia de Estudos IRB para o CACD 2014
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
Brazilian Foreign Policy: Into the Dark
Oliver Stunkel
12 Dec, 2014
12 Dec, 2014
The current debate about Brazilian foreign policy is an odd one: Rather than exchanging competing ideas of how to best defend Brazil's national interests abroad, the discussion among foreign policy analysts is marked by an increasingly universal perplexity and condemnation of the President's remarkable disregard for the Foreign Ministry and foreign policy issues in general.
Even those supportive of the recently reelected government privately admit that Brazil's foreign policy is going through its most difficult moment in many years.
The Ministry's budget today is less than half of what it used to be under President Lula -- a time of activism and expansion many now refer to as the "golden age". Next year, additional budget cuts will take effect, dramatically reducing Brazil's scope of international engagement.
Several Brazilian embassies around the world have cut back or canceled their activities altogether. Diplomats interested in participating in events or meetings now often have to ask other ministries or international organizations to pay for their tickets - a move that, naturally, limits their independence.
The most recent cohort of incoming diplomats was the smallest in years. Somewhat emblematically, the Foreign Ministry has started keeping as many lights as possible switched off to reduce its electricity bill -- even though, it must be said, Itamaraty had its electricity cut before due to late payments.
After eight years of unprecedented foreign policy activism under President Lula, why did things go awry?
There are four main factors that explain the current state of affairs.
First of all, seen from Brasília, today's macro environment is far less benign than only a few years ago, when Brazil grew economically despite a profound economic crisis in Europe and the United States, providing a unique window of opportunity.
Today, Brazil's economy stagnates while the United States is recovering. China and India are the only BRICS countries that deserve to be called emerging powers. This situation temporarily limits the credibility and legitimacy of Brazil's claim to a more prominent role in global order.
Secondly, unlike all her predecessors since the late 1980s, President Rousseff does not consider foreign policy to be an essential element or tool of her overall policy objectives. Rather than thinking about how to use international trends in her favor at the domestic front, Rousseff seems to regard international politics as a nuisance.
Brazil's international retreat and passivity over the past four years is thus not the result of a well-crafted argument or strategy, but largely due to a President both oblivious to foreign policy and intent on centralizing decision-making to the extreme, which leaves little space for an independent and globally visible Foreign Minister - or any other cabinet member except for her uninspiring chief of staff, for that matter. Traveling far less than President Lula, Rousseff has declined to assume leadership in the debates on both regional issues -- e.g. Mercosur's relation to the Pacific Alliance-- and global challenges like Ebola, ISIS, or Ukraine.
The third complicating factor, tied to the second, is Itamaraty's lack of political clout.
Today's reality stands in stark contrast to Lula's reign, when the Foreign Ministry possessed a formidable political operator who knew how to work the system in Brasília like few others: Samuel Pinheiro Guimarães, Itamaraty's shrewd former secretary general, excelled at increasing the Ministry's budget and strengthening its role in the government with such success that Celso Amorim oversaw an unprecedented expansion of Itamaraty.
That helped turn the Foreign Ministry into an indispensable element of President Lula's overall vision -- a notable feat considering that foreign policy does not generate many votes.
Despite that, the fourth and final reason for the current malaise is that the Foreign Ministry lacks the structure to build rapport with the public. To most citizens, it remains unclear how foreign policy affects their lives, or why reducing Itamaraty's budget by more than 50% is a problem, particularly in times of austerity.
That may matter little in good times, but under Dilma Rousseff it becomes evident that there are virtually no sections of society that cry out and pressure the president to stop dismantling Brazil's foreign policy apparatus.
When the media (sometimes without justification) lashes out against the Foreign Ministry, Itamaraty's capacity to strike back and defend itself is limited. While other ministries hire professional media advisors, the press secretaries of the Foreign Ministry are career diplomats, who, while intellectually prepared, tend to be less experienced in dealing with the media in times of crisis.
Raising public conscience that there is a strong connection between foreign policy and policy -- or, put differently, assuring that domestic groups realize that foreign policy can help them achieve domestic aims -- could help convince the President that the cost of international disengagement is simply too high. Yet alas, the combination of factors described above -- principally the second -- gives little reason for optimism.
Next year, the number of foreign policy challenges Brazil faces is immense. Venezuela and Argentina -- the two most important partners in the region -- are undergoing internal difficulties, and victories of the opposition in both countries could fundamentally change regional dynamics.
Global trade and climate negotiations may see an unprecedented number of deals, affecting the lives of billions -- including Brazilians. Ties with the United States need fixing, and the 7th BRICS Summit in Russia will require a delicate balancing act as Moscow prepares for years of isolation from and confrontation with the West. Rarely has Brazil been more in need of a strong international presence.
fonte: Post Western World
domingo, 14 de dezembro de 2014
COP20 cierra en Lima exitosamente con un borrador de acuerdo y avances concretos
Lima, 14 de diciembre.- La COP20- CMP10, cerró con éxito el día de hoy antes de las dos de la madrugada, con una decisión y un documento de Lima que le da fortaleza al proceso en su camino a París. Ello fortaleció logros que se habían venido obteniendo durante toda la semana del segmento de alto nivel.
“Gracias por su confianza en la presidencia, por su confianza en el Perú, este éxito es suyo porque son ustedes quienes lo han logrado, y son ustedes y el mundo quienes se verán beneficiados de estos avances que nos llevan cada vez más cerca de un acuerdo global el próximo año.
El documento de Lima es más que un paso hacia París 2015, es un claro ejemplo de que si trabajamos juntos podemos encontrar el balance y acercarnos a ese objetivo común que acelere la acción climática. El espíritu de Lima se proyecta para el mundo y constituye una fuente de inspiración y confianza para el futuro. Todo esto significa el ‘Llamado de Lima para la Acción Climática’”, dijo el Ministro del Ambiente y Presidente de la COP20, Manuel Pulgar-Vidal.
Tras una intensa jornada que comenzó la madrugada del sábado con la entrega a las Partes de una primera propuesta de texto, se procedió a un proceso de consultas a todos los bloques de negociación para recoger sus sugerencias y presentar un nuevo texto.
Dicho documento fue entregado a las 12 de la noche y, tras una hora de revisión por parte de los países, se aprobó por aclamación la decisión que contiene el borrador de acuerdo denominado “Llamado de Lima para la Acción Climática”, que deberá ser trabajado en los distintos espacios de negociación y firmado en la COP21 de París.
El Llamado de Lima para la Acción Climática
Esta COP20 culmina con grandes logros y muchos avances en diferentes temas. Sobre esto, el Ministro Pulgar-Vidal comentó: “La decisión de Lima es sólida no solo porque cumplió los mandatos que le estableció la COP19 de Varsovia, sino porque a su vez aprobó en Lima el borrador que contiene los elementos para la negociación, cosa que nunca antes había ocurrido.
A su vez, fortaleció la adaptación en las contribuciones nacionales –que son los programas que los países deben presentar el próximo año- y también los mecanismos de financiamiento, tanto en el documento aprobado como en otras decisiones”.
El Fondo Verde, por ejemplo, cuya meta antes de la COP20 era alcanzar los US$10 mil millones, alcanzó los US$10,200 millones durante la COP20.
En el tema de “Pérdidas y Daños” o “Loss and Damage” -mecanismo creado en el 2013 para situaciones en las que los impactos del cambio climático son tan grandes que exceden las capacidades de las poblaciones de enfrentarlos-, se ha logrado aprobar tanto el plan de trabajo inicial de dos años, como la composición del Comité Ejecutivo.
Con respecto a los temas de adaptación, se dieron avances para reforzar los Planes Nacionales de Adaptación (NAP), que cada país debe tener para que todas las acciones que se llevan a cabo en sus diferentes sectores, respondan a una planificación de país y así articular su trabajo. Los avances permitirían que los países menos desarrollados y aquellos en vías de desarrollo, puedan acceder a financiamiento para el desarrollo de sus NAP y para la ejecución de las actividades que en ellos se identifiquen.
Otro de los avances resaltados durante la primera semana es el desarrollo del Plan de Trabajo de Lima sobre género. Esta decisión busca promover la efectiva participación de las mujeres en los ámbitos de la CMNUCC y fortalecer el trabajo de empoderar a las mujeres y convertirlas en agentes importantes de cambio en relación a la adaptación y mitigación. Este avance puede ser calificado como histórico, pues es la primera vez que se adoptará, en el marco de una COP, una decisión que insta a las partes a desarrollar e implementar políticas sensibles al género.
Durante la primera semana se lograron avances importantes en REDD+ al hacerse la primera reunión de los puntos focales, elemento central para procesos posteriores que fortalezcan dicho instrumento. Además, en esta COP20, un grupo de 4 países presentaron sus niveles de referencia o líneas base con respecto a la deforestación. Este paso es fundamental para avanzar con la implementación del mecanismo REDD+.
A su vez se hizo por primera vez el Multilateral Assesment (Evaluación Multilateral), es decir la información que presentaron 17 países desarrollados (entre los que estuvo la Unión Europea y Estados Unidos), sobre los niveles de avance en la reducción de emisiones, la tendencia de sus emisiones de Gases de Efecto Invernadero (GEI) desde 1990 hasta el año 2012, proyecciones y metas de las mismas a nivel de toda la economía.
Adicionalmente en REDD+, se ha lanzado el Lima Information Hub, un repositorio de datos que recoge los resultados obtenidos, los Planes o Estrategias Nacionales, los resúmenes sobre los sistemas de información de salvaguardas y los niveles de referencia. Esto permitirá darle mayor transparencia al proceso de pagos por resultados. El tema de adaptación es particularmente importante, teniendo en cuenta que está establecido que el 50% del Fondo Verde del Clima será destinado a acciones de Adaptación. Con respecto a dicho Fondo Verde, se ha pasado la meta inicial de 10,000 millones de dólares.
Además, como parte del segmento Ministerial se elaboró una Declaración en temas de educación y difusión, para que todas las Partes presten la atención apropiada a la participación y el acceso a la información.
En esta COP, se lanzó por primera vez un segmento de alto nivel que generó el diálogo entre actores estatales y no estatales que se llamó “Día de la Acción Climática de Lima”, al final del cual se lanzó el portal NAZCA (Non State Actor Zone into Climate Actions) un portal de acción climática para capturar y catalizar la acción en apoyo del acuerdo de 2015, que ayuda a mostrar también las iniciativas individuales y corporativas de todo el mundo.
fonte: COP20 - Peru
Chile es el país de la OCDE con mayor desigualdad social
Gestionando Biz
18 marzo, 2014
La brecha entre ricos y pobres se hace notar en Chile. Sin embargo, el país sigue en camino hacia el primer mundo, con un crecimiento económico sostenido en los últimos años desde la crisis financiera de 2007
Chile tiene un 18% de la población con ingresos inferiores al 50% de la media, según datos al 2010 publicados por la Cooperación y el Desarrollo Económico (OCDE) Una cifra que todavía sigue siendo una preocupación para el país y seguramente será uno de los temas principales de la agenda de la presidenta electa Michelle Bachelete.
Los países con mayor cantidad de pobres son Israel (20,9%) México (20,4%) Turquía (19,3%) Y Por el contrario, los que tienen menor cantidad de pobres son: Islandia (0,24), Eslovenia (0,25), Noruega (0,25) y Dinamarca (0,25).
Con todo, Chile es uno de los países más desarrollados del globo, en 2010 ingresó a OCDE, sien es el que presenta mayor desigualdad entre el 10% más rico y el 10% más pobre de la población. Este coeficiente es del 0,5 para Chile, México (0,47) más lejos Estados Unidos (0,38)
Para resumir, los números de la OCDE muestran una realidad que es imperante cambiar. Chile desde 2007 ha acortado la brecha en algo menos de 1 punto, situación que es claramente insuficiente.
Como último dato muy importante, queremos remarcar que un contexto macro desfavorable dónde el mundo desarrollado destruyó puestos de empleos. Chile incrementó en un 6% su tasa de empleo entre 2007 y 2013.
fonte: Gestionando Biz
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
[ Discursivas CACD ] Economia 2007: Teoria Clássica do Comércio e a Teoria Cepalina
Guia de Estudos CACD 2008
Prova de 2007
Economia - Questão 1
Recorde seus estudos sobre evolução da análise econômica, noções de Economia
Internacional e formação da economia brasileira. Contraste as implicações da teoria clássica
do comércio e da teoria do desenvolvimento – esta associada à Comissão Econômica para a
América Latina (CEPAL) – quanto à inserção de países em desenvolvimento na estrutura do
comércio internacional.
"Formulada em reação ao pensamento mercantilista, a teoria clássica do comércio, em
todas as suas vertentes, defende as vantagens do livre comércio. Para Adam Smith, um dos
pioneiros dessa escola, a abertura de uma economia a trocas internacionais seria benéfica,
na medida em que a ampliação de mercados possibilitaria o aprofundamento da divisão dotrabalho, estando nesse pensador já implícita a idéia de retornos crescentes de escala.
O comércio, segundo Smith, deveria ocorrer com base na importação de produtos nos quais não se têm vantagens absolutas e na exportação de produtos nos quais se têm.
Assim, a autarquia ocorreria no caso de um país possuir vantagens absolutas em todos os bens.
Com base nesse prognóstico, os economistas cepalinos defendem um modelo de
inserção internacional bastante distinto dos economistas clássicos. De acordo com a teoria
do desenvolvimento, deveriam as economias periféricas manter certo nível de protecionismo,para que se pudesse dinamizar o mercado interno, a fim de produzir bens de maior valor
agregado.
A própria adoção de um modelo de desenvolvimento endógeno, ao diminuir a produção para exportação e, portanto, reduzir a oferta externa de bens primários, deveria, ademais, contribuir para atenuar os efeitos negativos da deterioração dos termos de troca.
As diferentes maneiras como enfocam as trocas internacionais, com efeito, levam a teoria clássica e a teoria do desenvolvimento a fazer recomendações bastante distintas acerca da abertura ou do fechamento das economias em desenvolvimento."
fonte: Guia de Estudos IRB para o CACD 2008
Marcelo Azevedo de Araújo
O comércio, segundo Smith, deveria ocorrer com base na importação de produtos nos quais não se têm vantagens absolutas e na exportação de produtos nos quais se têm.
Assim, a autarquia ocorreria no caso de um país possuir vantagens absolutas em todos os bens.
A teoria clássica do comércio, todavia, atingiu a maturidade com a obra de David
Ricardo. Segundo o economista, mesmo que um país tivesse vantagens absolutas na produção
de todos os bens, o livre comércio poderia ser vantajoso, pois deveriam ser considerados os
custos relativos, ou seja, o custo de oportunidade de deixar de produzir um bem para
produzir outro.
Ganha relevo, dessa forma, o conceito de vantagem comparativa, que os países devem explorar, para obter ganhos de comércio. Ao especializar-se na produção dos bens nos quais possui vantagens comparativas, portanto, uma economia poderia trocá-los no mercado mundial, de forma a obter mais produtos nos quais não possuem essa vantagem do que poderiam produzir internamente. As diferenças de estruturas de custo internas são explicadas por meio da existência de distintos níveis de desenvolvimento tecnológico.
O comércio é considerado benéfico sempre que dois países não possuem estruturas de custo iguais.
O modelo desenvolvido por Ricardo foi refinado por Heckscher e Ohlin, em cuja teoria as diferenças tecnológicas são substituídas pela dotação de fatores. Segundo esses economistas, um país deveria especializar-se na produção de bens cujo fator mais importante encontra-se de modo abundante no mercado interno.
De acordo com a teoria clássica, com efeito, seja qual for a sua vertente, os países em desenvolvimento deveriam inserir-se no comércio internacional como importadores de bens manufaturados e exportadores de produtos primários: conforme Smith, porque detêm vantagens absolutas na produção destes bens de baixo valor agregado (mão-de-obra barata, terras abundantes, etc.); conforme Ricardo, porque detêm vantagens comparativas (baixo custo de oportunidade para produzir esses bens em comparação com os países industrializados); e, conforme Heckscher e Ohlin, porque são vantajosamente dotados dos fatores necessários para a produção desses bens primários.
A teoria do desenvolvimento, contudo, tende a rejeitar esses argumentos, defendendo outro tipo de inserção internacional para os países periféricos. Segundo o pensamento de Raúl Prebisch, economista mais destacado da escola cepalina, o comércio internacional não seria sempre vantajoso para todos os países. De acordo com o autor, os países periféricos repassariam seus ganhos de produtividade para os países centrais em função da deterioração dos termos de troca (DTT).
Esse fenômeno possui, ao menos, duas explicações importantes.
Em primeiro lugar, a DTT ocorreria porque os produtos primários são relativamente inelásticos à renda da demanda. Assim, na medida em que a renda mundial encontra-se em constante expansão, os bens primários tenderiam a perder valor relativo frente os industrializados, que não possuem essa inelasticidade.
Em segundo lugar, a deterioração seria produzida pela maneira como se estruturaram os mercados de trabalho nas diferentes economias. Nos países centrais, a existência de fortes sindicatos faria que os aumentos de produtividade se traduzissem em aumento de salários. Nos periféricos, ao contrário, a existência de amplo setor de subsistência faria que o aumento da produtividade não pressionasse a remuneração da mão- de-obra, mas que comprimisse os preços dos produtos.
Conclui-se, assim, que o comércio internacional se daria por meio de trocas desiguais, não-favoráveis aos países em desenvolvimento.
Ganha relevo, dessa forma, o conceito de vantagem comparativa, que os países devem explorar, para obter ganhos de comércio. Ao especializar-se na produção dos bens nos quais possui vantagens comparativas, portanto, uma economia poderia trocá-los no mercado mundial, de forma a obter mais produtos nos quais não possuem essa vantagem do que poderiam produzir internamente. As diferenças de estruturas de custo internas são explicadas por meio da existência de distintos níveis de desenvolvimento tecnológico.
O comércio é considerado benéfico sempre que dois países não possuem estruturas de custo iguais.
O modelo desenvolvido por Ricardo foi refinado por Heckscher e Ohlin, em cuja teoria as diferenças tecnológicas são substituídas pela dotação de fatores. Segundo esses economistas, um país deveria especializar-se na produção de bens cujo fator mais importante encontra-se de modo abundante no mercado interno.
De acordo com a teoria clássica, com efeito, seja qual for a sua vertente, os países em desenvolvimento deveriam inserir-se no comércio internacional como importadores de bens manufaturados e exportadores de produtos primários: conforme Smith, porque detêm vantagens absolutas na produção destes bens de baixo valor agregado (mão-de-obra barata, terras abundantes, etc.); conforme Ricardo, porque detêm vantagens comparativas (baixo custo de oportunidade para produzir esses bens em comparação com os países industrializados); e, conforme Heckscher e Ohlin, porque são vantajosamente dotados dos fatores necessários para a produção desses bens primários.
A teoria do desenvolvimento, contudo, tende a rejeitar esses argumentos, defendendo outro tipo de inserção internacional para os países periféricos. Segundo o pensamento de Raúl Prebisch, economista mais destacado da escola cepalina, o comércio internacional não seria sempre vantajoso para todos os países. De acordo com o autor, os países periféricos repassariam seus ganhos de produtividade para os países centrais em função da deterioração dos termos de troca (DTT).
Esse fenômeno possui, ao menos, duas explicações importantes.
Em primeiro lugar, a DTT ocorreria porque os produtos primários são relativamente inelásticos à renda da demanda. Assim, na medida em que a renda mundial encontra-se em constante expansão, os bens primários tenderiam a perder valor relativo frente os industrializados, que não possuem essa inelasticidade.
Em segundo lugar, a deterioração seria produzida pela maneira como se estruturaram os mercados de trabalho nas diferentes economias. Nos países centrais, a existência de fortes sindicatos faria que os aumentos de produtividade se traduzissem em aumento de salários. Nos periféricos, ao contrário, a existência de amplo setor de subsistência faria que o aumento da produtividade não pressionasse a remuneração da mão- de-obra, mas que comprimisse os preços dos produtos.
Conclui-se, assim, que o comércio internacional se daria por meio de trocas desiguais, não-favoráveis aos países em desenvolvimento.
A própria adoção de um modelo de desenvolvimento endógeno, ao diminuir a produção para exportação e, portanto, reduzir a oferta externa de bens primários, deveria, ademais, contribuir para atenuar os efeitos negativos da deterioração dos termos de troca.
As diferentes maneiras como enfocam as trocas internacionais, com efeito, levam a teoria clássica e a teoria do desenvolvimento a fazer recomendações bastante distintas acerca da abertura ou do fechamento das economias em desenvolvimento."
fonte: Guia de Estudos IRB para o CACD 2008
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Rússia e China fecham acordo para aumentar laços militares
Rússia e China expandem seus laços estratégicos. Tanto na área político-militar como industrial
Defesa Net
20.nov.2014
China e Rússia comprometeram-se a fortalecer a cooperação militar bilateral e a promover exercícios navais conjuntos para conter a influência dos EUA na região da Ásia-Pacífico, em meio a um coro cada vez maior de vozes alertando para a aproximação de uma "nova Guerra Fria".
Durante visita a Pequim, onde se encontrou com seu homólogo chinês e com o primeiro-ministro do país, Li Keqiang, o ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, disse que os dois lados expressaram "preocupação com as tentativas dos EUA de reforçar sua influência política militar na região da Ásia-Pacífico", segundo noticiaram as mídias estatais chinesa e russa.
"Nossa cooperação nas esferas militares tem grande potencial e o lado russo está pronto para desenvolvê-lo ao longo do espectro de áreas mais amplo possível", disse Shoigu. "Vemos a formação de um sistema de segurança regional coletivo como objetivo primário de nossos esforços conjuntos".
A delegação russa também traçou um paralelo entre as demonstrações pró-democracia em Hong Kong e as chamadas "revoluções coloridas" em ex-repúblicas soviéticas, como a Ucrânia, que China e Rússia sustentam ter sido instigadas pelos EUA e seus aliados.
Anatoly Antonov, vice-ministro da Defesa russo, deu a impressão de que a Rússia estaria disposta a ajudar Pequim a eliminar os protestos pacíficos em Hong Kong.
"Tomamos nota dos eventos que aconteceram recentemente em Hong Kong e os dois ministros reconheceram que nenhum país pode se sentir seguro contra as revoluções coloridas", disse Antonov, de acordo com a mídia estatal russa.
"Acreditamos que a Rússia e a China deveriam trabalhar juntas para opor-se a esse novo desafio à segurança de nossos Estados."
Os dois lados acertaram realizar exercícios navais - o que acontecerá pela quarta vez nos últimos anos - no Mediterrâneo na próxima primavera setentrional, e também no Pacífico.
Num momento em que os combates se intensificam no leste da Ucrânia e os vizinhos da Rússia se preocupam com a crescente beligerância de Moscou, Pequim descreveu as relações sino-russas como as melhores que já tiveram.
A situação na Europa levou o ex-líder soviético Mikhail Gorbatchov a advertir na semana passada que o mundo está à beira de uma nova Guerra Fria, sentimento compartilhado por autoridades bielorrussas na terça-feira.
Diante da perspectiva de novas sanções ocidentais, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, busca aproximar-se da China para demonstrar que tem opções econômicas e estratégicas e que não está isolado no cenário mundial.
Os dirigentes autoritários da China deram as boas-vindas às aberturas, num momento em que elevam o tom de suas reivindicações territoriais no mar do Leste da China e no mar do Sul da China, e tentam confrontar vizinhos de menor porte e o Japão, seu inimigo na Segunda Guerra Mundial.
Mas ambas as partes continuam cuidadosas em se aproximar demais e têm dificuldades em superar uma longa história de desconfiança e desprezo mútuos, segundo especialistas chineses e ocidentais que monitoram o relacionamento.
Apesar de se falar muito em estreitamento de laços militares e em manobras conjuntas, a Rússia até o momento se recusou a vender sua tecnologia militar mais avançada, como motores de jato e caças, à China.
Pequim tentou contrabalançar sua aproximação com Moscou com uma maior colaboração com os Estados Unidos e seus aliados, enquanto Putin buscou intensificar as relações com Tóquio, para desalento da China.
Na mesma hora em que Shoigu se reunia com seu colega chinês Chang Wanquan, na terça-feira, uma alta autoridade do Partido Comunista Chinês visitava a Finlândia, que está em estado de alto alerta para o menor sinal de invasão da parte da Rússia.
Ao mesmo tempo, uma delegação do mais alto nível da Coreia do Norte se reuniu com Putin no Kremlin, em meio a especulações de que o dirigente do país, Kim Jong Un, faria sua primeira visita externa como líder à Rússia, e não à China, sua tradicional aliada.
Autoridades chinesas dizem que os laços entre Pyongyang e Pequim chegaram a seu ponto mais baixo de todos os tempos desde que Kim assumiu o país ermitão.
Durante a visita do ministro da Defesa, a Agência Espacial Federal da Rússia também discutiu uma cooperação mais estreita com a China, que está interessada em montar motores de foguete russos e em integrar os projetos de exploração espacial tripulada, de sensoriamento remoto e de satélite de navegação, segundo a mídia estatal russa.
Nota DefesaNet
Os acordos entre os dois ministros de defesa da Rússia e da China seguem-se após amplos acordos de colaboração tecnológica firmados durante o China Air Show. O acordo inclui participação dos dois países em mísseis, aeronaves militares, helicópteros, eletrônica e outros sistemas militares avançados.
Nota DefesaNet
Os acordos entre os dois ministros de defesa da Rússia e da China seguem-se após amplos acordos de colaboração tecnológica firmados durante o China Air Show. O acordo inclui participação dos dois países em mísseis, aeronaves militares, helicópteros, eletrônica e outros sistemas militares avançados.
fonte: Defesa Net
Sob pressão, secretário de Defesa dos EUA renuncia
Há dois anos no cargo, Chuck Hagel estava sob críticas envolvendo as campanhas americanas no Afeganistão e contra o grupo extremista "Estado Islâmico".
Sucessor ainda não foi revelado.
O secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, renunciou, anunciaram autoridades americanas nesta segunda-feira (24/11).
Após dois anos no cargo, ele vinha recebendo fortes críticas pelas campanhas no Afeganistão e contra o grupo extremista "Estado Islâmico" (EI), no Iraque e na Síria.
Hagel, de 68 anos, confirmou sua renúncia após longas discussões com o presidente Barack Obama, iniciadas em outubro. Obama aceitou a saída do secretário e deve fazer um anúncio oficial ainda nesta segunda-feira.
"Um sucessor será nomeado em breve, mas o secretário Hagel seguirá como secretário de Defesa até que sua substituição seja confirmada pelo Senado", disse um oficial da administração Obama.
Hagel, de 68 anos, confirmou sua renúncia após longas discussões com o presidente Barack Obama, iniciadas em outubro. Obama aceitou a saída do secretário e deve fazer um anúncio oficial ainda nesta segunda-feira.
"Um sucessor será nomeado em breve, mas o secretário Hagel seguirá como secretário de Defesa até que sua substituição seja confirmada pelo Senado", disse um oficial da administração Obama.
A Casa Branca não deu pistas de quem pode vir a ocupar o cargo, mas o The New York Timesapontou três candidatos: Michele Florunoy, ex-subsecretária de Defesa; Jack Reed, senador de Rhode Island e ex-militar; e Ashton Carter, ex-vice-secretário de Defesa.
Ainda como senador republicano, Hagel votou a favor da invasão do Iraque, em 2003. Mais tarde, ele passou a criticar o longo conflito que se seguiu. No ano passado, foi encarregado por Obama de supervisionar a retirada das forças americanas do Afeganistão.
A experiência de Hagel como senador e veterano da Guerra do Vietnã foi vista como um ponto forte quando ele assumiu o cargo de secretário de Defesa, mas suas aparições públicas muitas vezes pareceram desajeitadas ou abaixo do esperado em meio à luta do governo dos EUA para se adaptar a novos conflitos.
LPF/afp/rtr
UPDATE: Abaixo você confere o pronunciamento oficial do ex-secretário de Defesa Chuck Hagel, divulgado hoje na página oficial do Departamento de Defesa americano.
Tradução e adaptação – Nicholle Murmel
Aos homens e mulheres do Departamento de Defesa:
Eu gostaria de aproveitar esta oportunidade para informar a vocês que nesta manhã o presidente Obama aceitou minha carta de demissão. Concordei em permanecer servindo como Secretário de Defesa até que meu sucessor seja confirmado pelo Senado dos Estados Unidos.
Vocês precisam saber que não tomei essa decisão facilmente. Mas após muita discussão, o president e eu concordamos que agora é o momento certo para uma nova liderança aqui no Pentágono.
Quero que todos vocês saibam que estou imensamente orgulhoso do que realizamos juntos. Preparamos a nós mesmos, preparamos nossos aliados e as Forças Nacionais de Segurança afegãs para uma transição bem-sucedida no Afeganistão.
Assumimos o combate contra o ISIL e, com nossos parceiros da coalizão e no Iraque, contivemos o ímpeto desse inimigo selvagem. Viemos ao socorro de milhões de pessoas ao redor do mundo, as quais sofreram com a devastação por desastres naturais e doenças.
Trabalhamos incansavelmente para sustentar nossa força totalmente voluntária que deu tanto de si ao longo de 13 anos de guerra.
Apoiamos alianças duradouras e fortalecemos parcerias emergentes, ao mesmo tempo em que colocamos em movimento reformas importantes que vão preparar esta instituição para os desafios a serem enfrentados nas próximas décadas.
E o mais importante, nós ajudamos a manter este país e nossos cidadãos seguros. Mantivemos a bênção da liberdade que nossos ancestrais garantiram, e mantivemos os votos que assumimos.
Esse trabalho continuará. Precisa continuar. O mundo ainda é muito perigoso, as ameaças são numerosas demais para perdermos o foco. E assim como prometi ao president meu total apoio, também prometo trabalhar duro para apoiar vocês até meu último dia no cargo. Eu lhes devo isso.
Mais tarde haverá tempo para despedidas. Agora, por favor, saibam o quanto eu respeito e admiro o serviço de vocês e de seus familiares. Enquanto me reúno com minha própria família nesse feriado do Dia de Ação de Graças – um luxo que eu sei que nem todos vocês terão – o privilégio de ter trabalhado com vocês nesses últimos dois anos será aquilo pelo que eu mais serei grato.
Obrigado por tudo o que vocês fazem por este país. Deus os abençoe. Feliz Dia de Ação de Graças.
E o mais importante, nós ajudamos a manter este país e nossos cidadãos seguros. Mantivemos a bênção da liberdade que nossos ancestrais garantiram, e mantivemos os votos que assumimos.
Esse trabalho continuará. Precisa continuar. O mundo ainda é muito perigoso, as ameaças são numerosas demais para perdermos o foco. E assim como prometi ao president meu total apoio, também prometo trabalhar duro para apoiar vocês até meu último dia no cargo. Eu lhes devo isso.
Mais tarde haverá tempo para despedidas. Agora, por favor, saibam o quanto eu respeito e admiro o serviço de vocês e de seus familiares. Enquanto me reúno com minha própria família nesse feriado do Dia de Ação de Graças – um luxo que eu sei que nem todos vocês terão – o privilégio de ter trabalhado com vocês nesses últimos dois anos será aquilo pelo que eu mais serei grato.
Obrigado por tudo o que vocês fazem por este país. Deus os abençoe. Feliz Dia de Ação de Graças.
fonte: Defesa Net
domingo, 23 de novembro de 2014
Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança completa 25 anos
Tratado da ONU criado em 1989 resultou em progressos, mas ainda há muito a ser feito, apontam especialistas. Pobreza e desnutrição continuam sendo grandes desafios e a principal causa de mortalidade infantil.
Um quarto de século depois da adoção da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas, 2014 pode ser considerado um ano especial. Pela primeira vez, dois ativistas desses direitos ganharam o Prêmio Nobel da Paz: a paquistanesa Malala Yousafzai e o indiano Kailash Satyarthi.
Malala luta pelo direito das meninas à educação. Aos 17 anos, ela não é apenas a mais jovem vencedora do Nobel de todos os tempos, mas também a primeira e única menor de idade a receber a homenagem até hoje. Yousafzai, de 60 anos, dedicou sua vida à luta contra o trabalho infantil.
"Esta é uma expressão clara de uma nova visão sobre as crianças, um distanciamento da velha imagem que as mostra apenas como pessoas a serem protegidas", afirma o especialista em direito da criança Nigel Cantwell. Ele foi um dos responsáveis pela criação da Convenção sobre os Direitos da Criança, em novembro de 1989.
"Hoje, já se sabe que crianças são capazes de dar sua própria contribuição e que elas devem ser levadas a sério em seu engajamento pelos direitos humanos infantis", diz.
Cantwell aponta que a noção de que crianças não são objetos de educação dos pais e de caridades bem-intencionadas, e sim indivíduos com direitos próprios claramente definidos, ainda não é algo considerado óbvio.
"Esta falta de compreensão evidencia fortemente como a Convenção sobre os Direitos da Criança era algo necessário", acredita. "Aqueles que redigiram e ratificaram as convenções de direitos humanos existentes anteriormente nunca teriam imaginado que seriam aplicadas a crianças. Não há, de fato, limites mínimos de idade para a aplicação das outras convenções, mas ninguém realmente pensou nas crianças. Isto reflete exatamente como era a percepção delas na época. Quanto a seus direitos, elas eram quase inexistentes."
Em 54 artigos, a convenção compromete os Estados signatários a proteger crianças contra discriminação, exploração, abuso e violência.
A convenção estabelece expressamente que todas as crianças do mundo, além do direito a um início de vida saudável, também têm o direito de ir à escola e de explorar seu potencial de desenvolvimento intelectual e físico. Em todas as medidas que afetam crianças, elas têm direito a manifestar sua própria opinião e devem ser ouvidas. O bem-estar da criança sempre deve ser prioridade.
Progressos em 25 anos
Agora, 25 anos após a adoção da convenção, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) questiona os progressos realizados. Será que o mundo é um lugar melhor hoje do que era para as crianças em 1989? A resposta dos especialistas é um sonoro "sim", com algumas ressalvas.
"Há áreas em que foram feitos progressos significativos", avalia Nicolette Moodie, do escritório do Unicef em Genebra. "Nas áreas de saúde e educação, por exemplo, o progresso tem sido considerável, mesmo que na educação a coisa não tenha evoluído muito nos últimos anos.".
Um bebê nascido em 2014 tem, de acordo com o Unicef, chance muito maior de completar os cinco anos do que há 25 anos.
Graças a vacinas e à melhoria da assistência médica, a mortalidade infantil caiu quase pela metade desde 1990. Mas 17 mil crianças ainda morrem por dia, a maioria delas vítimas de doenças que podem ser prevenidas.
De acordo com o Unicef, pobreza e desnutrição são as principais causas de morte infantil. Por isso, a entidade vê a redução da miséria como uma das metas mais importantes. E nesta área, também são registrados progressos: a quantidade de pessoas nos países em desenvolvimento que vivem em extrema pobreza caiu pela metade.
Enquanto em 1990 quase metade dos moradores de países em desenvolvimento vivia em situação de extrema pobreza, em 2010, esse número sequer chegava a um quinto deles.
"Mas as crianças estão desproporcionalmente representadas entre os mais pobres", reconhece Moodie. "Vvemos aqui diferenças significativas, de acordo com renda, etnia, deficiência ou não deficiência."
Também no que concerne à proteção das crianças, os progressos nos últimos 25 anos não foram tão pronunciados. "Nas áreas de violência contra crianças, trabalho infantil e casamentos de crianças, vê-se um progresso lento. Contra o trabalho infantil, não é possível simplesmente administrar uma vacina. Aqui, as medidas são muito mais complexas de ser implementadas."
Metas do Milênio ajudaram
Segundo especialistas, a Convenção sobre os Direitos da Criança tem sido fundamental para melhorar as condições básicas globais para as crianças. Mas a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU também tem desempenhado um papel importante.
A comunidade internacional se comprometeu, no ano de 2000, com metas ambiciosas na luta contra a pobreza e acesso à alimentação, saúde e educação até 2015.
"Conseguimos implementar as metas mais facilmente alcançáveis", lembra Nicolette Moodie, da Unicef, um ano antes do grande balanço oficial de encerramento dos objetivos.
"Mas não conseguimos alcançar os mais pobres e marginalizados. E é exatamente aqui que a Convenção sobre os Direitos da Criança e seu princípio de não discriminação nos mostra o caminho que devemos tomar para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Temos que cuidar intensamente daqueles que ainda não atingimos."
A Convenção sobre os Direitos da Criança é uma das mais bem-sucedidas na história da ONU: nenhum tratado de direitos humanos foi aceito pelos países do mundo de forma tão rápida e abrangente. Ela entrou em vigência em 1990, tendo sida ratificada por 194 países até agora, com exceção apenas de Estados Unidos, Somália e Sudão do Sul.
Considerando o apoio quase universal, o mundo é, pelo menos no papel, um paraíso infantil. Entretanto, a realidade de milhões de crianças ainda é marcada por crises humanitárias, violência e pobreza.
Com o martelo na mão
"Há 25 anos, certamente havia uma pressão moral para assinar a convenção", acredita Cantwell. Segundo ele, isso decorre do fato de que, em todo o mundo, as crianças têm um lugar especial na consciência pública, e é mais fácil mobilizar esforços para projetos de crianças do que para ajudar refugiados, por exemplo.
Na vida cotidiana, no entanto, a implementação dos direitos das crianças requer um esforço contínuo.
No início deste ano, a Comissão dos Direitos da Criança da ONU gerou manchetes em todo o mundo ao fazer perguntas persistentes à delegação do Vaticano na ONU sobre o abuso de crianças por padres católicos.
A convenção estabelece que todos os Estados se submetam regularmente à avaliação de uma comissão de peritos independentes em direitos das crianças e relatar a cada cinco anos os progressos e dificuldades na implementação desses direitos em seu território.
Nas avaliações realizadas em cada país, a sociedade civil tem amplas oportunidades de participar. Cada vez mais, crianças praticam seu direito de liberdade de expressão e de serem ouvidas.
"A força potencial da Convenção sobre os Direitos da Criança é enorme", destaca Cantwell. "Ela é um instrumento, uma ferramenta que você precisa para operar corretamente. Um martelo sozinho não consegue pregar um prego. Você tem que pegar o martelo na mão e bater no prego. E é exatamente isso que é preciso fazer com a convenção. É preciso conhecê-la e colocá-la em prática."
fonte: Deutsche Welle
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